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Economia

Estimativas do Ministério da Economia fixam uma renda mínima menor do que o necessário para os trabalhadores

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O Ministério da Economia faz previsão de aumento no ano que vem para R$ 1.293, quantia que não serve para sustentar uma cesta básica que está quase 56% do valor. 

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As estimativas apresentam um valor quase cinco vezes menor do que o necessário 

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia apresentou na quinta-feira a elevação da estimativa anual para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 4,25% para 6,7%.

Através do INPC, o governo faz a correção anual do salário mínimo dos trabalhadores. Caso a estimativa da equipe econômica esteja correta, o salário mínimo pode chegar a R$ 1.293 em 2023. Diante do cenário de inflação alta, o valor está muito abaixo do que é necessário para a qualidade de vida do brasileiro. 

De acordo com o estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo é referência para mais de 50 milhões de brasileiro. Do total, ao menos 24 milhões de pessoas são beneficiárias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O departamento apontou defasagem entre o valor real e o valor necessário, que é de quase cinco vezes. 

Neste ano, por exemplo, o salário mínimo está no valor de R$ 1.212, entretanto, de acordo com o estudo do Dieese, deveria estar no valor de R$ 6.012,18 para atender às necessidades básicas dos cidadãos. 

Salário mínimo deveria garantir as necessidades básicas dos cidadãos

Segundo a economista e consultora econômica Catharina Sacerdote, o salário mínimo tinha como objetivo garantir o mínimo de dignidade ao trabalhador e sua família, cobrindo as despesas consideradas essenciais e contidas na Constituição, como alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. 

A economista afirma que o cálculo do salário mínimo deve ser atualizado, chegando a afirmar que a ONU até mesmo tem implementado ano passado um movimento que busca promover a importância de implementar salários e trabalhos dignos no país. 

Apesar da definição de dignidade ser relativa para a economista, ela considera que com o valor apresentado os trabalhadores não conseguem comprar os itens necessários. O poder de compra está altamente comprometido.

Com a estimativa do governo, não tem como suprir a necessidade básica. Já que a cesta básica equivale a 56% do salário mínimo, considerando aluguel, higiene e transporte, a família precisa deixar algo de fora da lista de compras e do dia a dia. 

Banco Mundial e OCDE apresentam a precariedade da renda mínima no país

Segundo os dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e do Banco Mundial a renda mínima no Brasil é precária. O estudo apresentou que o dólar como moeda base, além de ajustar os salários pela paridade de poder de compra, se for levar em conta estes dados para comparação, o salário mínimo médio no Brasil é de US$ 2,2 por hora. 

Com esse resultado, o Brasil está atrás de outros países da América Latina, como o Chile que remunera cerca de US$ 3,3 e da Colômbia, que possui remuneração mínima de US$ 2,9. O levantamento ainda apresenta que o México possui o salário mais baixo e o trabalhador possui a menor carga horária. 

Caso as projeções para 2023 se confirmem, o salário mínimo terá um reajuste de apenas R$ 81 a partir de janeiro do ano que vem. E a modificação tem impacto nas contas públicas.

Afinal, o Ministério aponta que para cada R$ 1 de aumento do salário mínimo, são gastos, ao menos, R$ 365 milhões. 

Apesar da dura realidade e a inflação batendo em todos, vale salientar que o Brasil está enfrentando consecutivas crises, tanto políticas, quanto sanitárias e econômicas; fatores que influenciam todo o mercado interno e externo.

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Formada Técnica em Serviços Jurídicos e em Finanças pela ETEC. Estudante de Gestão Empresarial pela FATEC. Possui experiência como redatora, ghostwritter e consultoria jurídica. Apaixonada por livros e felinos. Contato: [email protected]

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