Inflação dispara e governo anuncia corte de imposto de importação em mais de 10 produtos

Inflação dispara e governo anuncia corte de imposto para importação de 11 produtos, entre eles a carne bovina e de frango, trigo, farinha e milho. Apesar da medida, o especialista aponta um efeito nulo.

Siga-nos no

País possui maior inflação dos últimos 26 anos em mês de abril

Por conta da disparada da inflação, o Ministério da Economia anunciou nesta quarta-feira o corte de imposto de importação de cerca de 11 produtos. Segundo o ministério, os produtos que terão os impostos reduzidos são:

• Carnes desossadas de bovinos congeladas, de 10,8% para zero; 
• Pedaços de frango, de 9% para zero;
• Farinha de trigo, de 10,8% para zero;
• Trigo, de 9% para zero;
• Bolachas e biscoitos, de 16,2% para zero;
• Demais produtos de padaria e pastelaria, de 16,2% para zero;
• Ácido sulfúrico, de 3,6% para zero;
• Milho em grãos, de 7,2% para zero;
• Produtos de aço, vergalhão CA 60, de 10,8 para 4%;
• Produtos de aço, vergalhão CA 50, de 10,8% para 4%;
• Mancozeb técnico (fungicida), de 12,6% para 4%. 

Com o corte de imposto de importação, o governo busca baratear a compra de produtos fabricados no exterior, tendo como principal objetivo minimizar o aumento de preços que os brasileiros têm enfrentado nos últimos meses. 

Apesar da medida, não há garantia que deve haver uma queda de preços no Brasil ou eventual desconto para os consumidores. 

Durante a divulgação da decisão na quarta-feira, o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, disse ter ciência de que as medidas não vão reverter a inflação. Guaranys ainda citou a expectativa de haver desestímulo de novos aumentos de preços no Brasil, já que o corte no imposto de importação torna o produto comprado no exterior ainda mais competitivo. Segundo ele, o corte do imposto fará com que os empresários pensem “duas vezes” antes de aumentar os preços dos produtos. 

AEB diz que a medida do governo terá efeito nulo no preço dos produtos

José Augusto de Castro, presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), afirma que a decisão do governo terá um efeito nulo no preço dos produtos. 

Já que o preço dos itens importados avançou, em uma média de 34% em abril deste ano. Ou seja, os produtos importados também estão caros. De forma matemática, isso não faz com que aconteça algo. Segundo ele, a inflação tem muito mais força do que a decisão política. 

De acordo com os dados oficiais, nos últimos 12 meses até o mês de abril, a inflação alcançou uma alta de 12,13%. Os principais fatores que provocaram a alta de preços estão relacionados à cadeia de produção mundial, restrições impostas pela pandemia do coronavírus, efeitos da guerra na Ucrânia na produção e transporte de alimentos, bem como a valorização do petróleo. 

Em nota, o Ministério da Economia cita que a redução nos impostos de importação foi decidida em reunião do Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex).

Redução nos impostos e tributação no Brasil

Em março deste ano, o governo anunciou a redução de 10% na alíquota do imposto de importação que foi cobrado sobre eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos. Essa medida atingiu bens utilizados por todos os setores da economia brasileira, desde os celulares e computadores até as escavadeiras.

De acordo com o Ministério da Economia, as reduções de tributos só vêm sendo implementadas porque parte da arrecadação federal registrou um crescimento estrutural. Ou seja, de forma permanente.

Apesar da medida possuir efeito nulo, o ministério estará analisando maneiras de conter a inflação. 

Para mais informações sobre o artigo, e/ou achou algum erro de gramática/conteúdo desatualizado? Não hesite em entrar em contato nos comentários abaixo ou enviando um e-mail para: [email protected] - Estamos em constante desenvolvimento e atualização para trazer o melhor conteúdo para você! Siga-nos no