Em três anos o número de moradias entregues a famílias removidas de áreas de risco cai em 66%, confira

Número mais baixo desde 2018, no ano passado o CDHU entregou apenas 798 novas moradias para famílias removidas de áreas precárias. 

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Entrega de moradias para famílias removidas de área de risco é a mais baixa desde 2018

A quantidade de moradias que foram entregues a famílias removidas de áreas de risco no estado de São Paulo no ano passado foi a mais baixa desde 2018. 

Ao que foi apresentado, houve uma queda de 2.333 para 798 unidades habitacionais destinadas a este grupo populacional, no mais, representa uma queda de 66%. 

O levantamento foi realizado através dos dados da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, do governo do estado de São Paulo, os dados foram obtidos pela equipe da GloboNews por conta da Lei de Acesso à Informação. 

Através de nota, a Secretaria Estadual da Habitação na atual gestão afirma que foram entregues cerca de 40.359 moradias para as famílias de baixa renda. Entretanto, de acordo com os números apresentados referentes aos anos de 2018 a 2021, ao longo desse período, a quantidade de novas moradias destinadas a famílias removidas em áreas de risco evoluiu. 

Confira a quantidade de moradias entregues a famílias removidas de áreas precárias

Confira a quantidade de moradias entregues às famílias removidas de áreas precárias no estado de São Paulo logo abaixo: 

• 2018 – 2.333;
• 2019 – 1.473; 
• 2020 – 980; 
• 2021 – 780.

A queda é de 66% em comparação com 2018, sendo menor número dentro de 4 anos. 

Apesar da queda no estado, na região metropolitana de SP, a quantidade de novas moradias destinadas às famílias removidas evoluiu. 

Em 2021, foi registrado um número de unidades disponibilizadas maior do que o contabilizado em 2019 e em 2020. Entretanto, ao longo destes 4 anos, período de 2018 – 2021, a região metropolitana conseguiu atender apenas 15,8% (886) das 5.584 moradias disponibilizadas às famílias removidas de áreas de risco em todo o estado de São Paulo. 

Grande São Paulo

• 2018 – 359; 
• 2019 – 155; 
• 2020 – 112; 
• 2021 – 260. 

De acordo com o levantamento do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), são cerca de 1,5 milhão de pessoas que vivem em áreas de risco de desastre no estado. Pouco mais de 1 milhão dessas pessoas podem ser vítimas de deslizamento de terra e outras 343 mil em locais de extrema vulnerabilidade. 

São pouco mais de 453 mil domicílios em risco para deslizamentos de terra ou inundações e enxurradas no estado de SP.  

Na região metropolitana, são 1,2 milhão de pessoas e 381 mil casas em áreas de risco, são ao todo 261 mil pessoas que vivem em locais de vulnerabilidade para deslizamentos. 

Vale ressaltar, entretanto, que estes dados o Cemaden compilou com base no último censo, de 2010.

Desmonte da CDHU e polícias públicas estaduais

De acordo com o urbanista e professor do Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo, Kazuo Nakano, esta diminuição das novas moradias destinadas a este grupo habitacional ocorre em meio a um contexto que acredita ser um desmonte da CDHU e das políticas públicas estaduais.  

Nakano ainda diz que o problema não foi resolvido, mas sim, está se agravando já que está perceptível o aumento “do número de favelas” em áreas de risco. O especialista acredita que é o desmonte da CDHU que ocorre há anos, sendo um processo de enfraquecimento técnico, financeiro e de recursos humanos. 

Apesar da fala e das percepções dos cidadãos perante as políticas públicas, a Secretaria Estadual da Habitação afirma através de nota que, na atual gestão foram entregues 40.359 moradias para as famílias de baixa renda.

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