Três funcionários da Rosneft se recusaram a participar de show na Crimeia em meio à guerra, dizem fontes

Três funcionários da gigante petrolífera russa Rosneft disseram que resistiram à pressão para participar de um show comemorativo em um estádio de Moscou na sexta-feira para marcar o oitavo aniversário da anexação da Crimeia da Ucrânia pela Rússia.

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Fonte da imagem: Reuters/Reprodução

As críticas à guerra na Ucrânia

As fontes disseram que não estavam dispostas a participar porque viam o evento como um endosso à guerra na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro, quando a Rússia lançou o que chama de “operação especial” para desarmar e “desnazificar” seu vizinho.

Em um comunicado divulgado depois que a Reuters relatou a relutância da equipe em participar do show da Crimeia, a Rosneft disse que apoiava os funcionários que queriam participar: “Estamos orgulhosos deles e orgulhosos de nosso presidente”.

“A empresa apoia totalmente a política do presidente da Federação Russa destinada a proteger a soberania e garantir a segurança de nosso país e de seus cidadãos”, acrescentou.

A Rússia capturou a Crimeia da Ucrânia em 2014 e usou a península como um dos trampolins para a invasão de seu vizinho do sul. Milhares de pessoas foram detidas na Rússia em protestos públicos contra a campanha militar.

A mídia estatal anunciou esta semana que um show para celebrar a “reunificação” da Rússia e da Crimeia seria realizado no estádio Luzhniki, com capacidade para mais de 80.000 pessoas.

“Entendemos que seria em apoio à guerra”, disse um funcionário da Rosneft sob condição de anonimato.

“De jeito nenhum podemos apoiar uma guerra”, disse a funcionária, acrescentando que usaria seu dia de folga como desculpa para não comparecer ao evento.

Os três membros da equipe disseram que a empresa, cujo chefe Igor Sechin é um aliado próximo do presidente Vladimir Putin, planejava transportar seus funcionários para o local durante o horário de trabalho. A Rosneft disse que não estava ciente de nenhum plano desse tipo.

A Rosneft é uma das maiores empresas da Rússia, com várias centenas de milhares de funcionários, e a Reuters não conseguiu determinar a extensão da resistência à cerimônia.

Uma segunda funcionária disse que havia dito ao chefe que não iria. “Não quero mostrar que apoio essa calamidade”, disse ela, referindo-se à guerra na Ucrânia.

Uma terceira funcionária disse ter sido informada por um gerente de que precisava ir porque o evento estava sendo realizado durante o horário de trabalho, acrescentando que não tinha certeza de que poderia evitar participar.

“Tenho parentes na Ucrânia. Quero que as pessoas saibam a verdade sobre o que está acontecendo lá”, disse ela.

Presidente da Ucrânia diz que trabalho de resgate no teatro de Mariupol está em andamento

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse nesta sexta-feira que o trabalho de resgate está em andamento no local de um teatro bombardeado na cidade de Mariupol, de onde 130 pessoas foram recuperadas vivas até agora.

Em um discurso online, Zelenskiy disse que os bombardeios das forças russas continuam a impedir que as autoridades estabeleçam corredores humanitários eficazes para a cidade portuária cercada no sul da Ucrânia.

Homem que cresceu com a guerra no Iraque agora em Kiev usando seu negócio para ajudar

Quando o empresário americano nascido no Iraque Emad Ballack assistiu a imagens da guerra na Ucrânia de seu escritório na região norte do Curdistão, ele decidiu que tinha que agir. Quando os civis começaram a sair do país, Ballack, que é de etnia curda, iniciou uma viagem de quatro dias a Kiev, cidade que ele chama de lar nos últimos oito anos.

Durante sua viagem de avião e trem, o homem de 45 anos começou a pensar em como poderia usar seus negócios, incluindo restaurantes e uma empresa de comércio eletrônico, para ajudar os ucranianos sob ataque.

Depois de uma infância em Bagdá durante a guerra Irã-Iraque, Ballack e sua família fugiram para a Holanda. Mais tarde, ele se estabeleceu nos Estados Unidos antes de voltar ao Curdistão iraquiano em 2012.

Alguns anos depois, ele decidiu começar a investir na Ucrânia, pouco antes de o Estado Islâmico assumir grande parte do território iraquiano e arrastar a região do Curdistão para uma crise econômica prolongada. Até a invasão da Rússia, Ballack considerava a Ucrânia um país seguro e promissor para investir.

Agora, usando seus próprios empreendimentos e conexões políticas e comerciais na Ucrânia e no exterior, ele está mobilizando apoio para entregar alimentos, necessidades básicas e roupas a civis e forças de segurança.

Depois de chegar a Kiev em 8 de março, o empresário começou a preparar refeições gratuitas para forças de segurança e civis em seu restaurante, enquanto arrecadava doações principalmente nos Estados Unidos.

Usando sua empresa de comércio eletrônico Zibox como ferramenta para gerenciar o apoio de socorro, Ballack está organizando a entrega de mercadorias na fronteira polonesa com a Ucrânia, onde as autoridades locais auxiliam na logística para entregar a ajuda aos necessitados.

Fonte/Créditos: Reuters

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