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O Milagre (2022) – Review/crítica do filme

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O filme “O Milagre” estreou na plataforma de streaming Netflix no dia 4 de novembro. Estrelado por ninguém menos que Florence Pugh, a obra conta com 1h43min de duração. O elenco também conta com a presença de Elaine Cassidy, Tom Burke, Kila Lord Cassidy. Continue lendo esse review/crítica aqui do Informação em Foco.

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Review do filme “O Milagre” – 2022. Créditos da imagem: Mundo Conectado

Sinopse do filme “O Milagre”

Veja abaixo a sinopse oficial sobre o filme “O Milagre”, presente na Netflix:

“Em 1862, uma enfermeira inglesa assombrada por seu passado vai até um remoto vilarejo irlandês para investigar o jejum supostamente milagroso de uma jovem”.

Ciência x religião

Vale, antes de mais nada, destacar que o filme O Milagre não é baseado em fatos reais em si, mas sim inspirado em um acontecimento histórico, que foi a chamada Grande Fome, na Irlanda. O fato histórico ocorreu entre 1845 e 1852, porém o filme se passa em 1862.

O grande x da questão no filme é o diálogo, ou melhor, o embate ciência x religião. Muitas vezes, pode ocorrer, como ocorre e já ocorreu, desses dois campos entrarem em conflito, como foi o caso do contexto do filme. A obra versa sobre o quanto, como e por que nossas crenças movem nossas vidas, nossos hábitos, nosso modo de agir, fazer e pensar.

Aliás, quanto à religião, se hoje em dia ainda existem muitas pessoas que levam a religião a ferro e fogo, resolvem adotar a religião como mote de sua vida e chegam ao ponto de impor suas crenças às outras pessoas, que dirá à época que o filme se passa.

A religião e as crenças como um todo tem sua serventia a nível pessoal e tem um papel social. Mas até onde a religião pode ou deveria pesar ou influenciar a vida das pessoas, no contexto do filme? Algo que está presente o tempo todo na obra é sobre os limites de onde a religião ou religiosidade deveria afetar ou influenciar, pois muitas vezes se comete atrocidades e absurdos em nome dela, como foi com os pais da criança no filme, que preferem deixar a filha morrer de fome, por conta de suas crenças, do que alimentá-la e vê-la viva e saudável.

A religião aqui no filme está representada não apenas pela figura óbvia do padre, mas da família da criança, cujo nome é Anna. A ciência, por sua vez, conta basicamente com 2 representantes evidentes: o médico e a enfermeira Lib, interpretada por Florence Pugh.

Lib serve para figurativamente mostrar a questão do ceticismo e da ciência, que dúvida, que questiona, que suscita reflexões, que procura uma explicação racional para os fatos. O médico, apesar de também representar a ciência, nesse caso específico representa a ciência “vendida”, a parcela da comunidade científica que se deixa cooptar pelos interesses escusos de certos grupos.  Isso é evidenciado pelo fato de que o médico sabe que não há possibilidade de alguém, no caso a menina Anna, ficar 4 meses em comer absolutamente nada e tomar nada além de água e ser saudável. Entretanto, ele, por questões de interesses comerciais, financeiros e assim por diante, resolve “passar um pano” para as atitudes da família e do conselho.

Mas Lib não. Lib, em seu ceticismo e seu conhecimento enquanto enfermeira, sabe que algo está errado e que não existe essa possibilidade. O que ela passa a querer descobrir, em um dado momento, é o como a criança está sendo e foi alimentada. Posteriormente, ela descobre: a mãe, ao dar um “beijo de bom dia” e “beijo de boa noite” passa alimento de sua própria boca para a boca da criança.

E por que isso? Bem, Anna foi abusada sexualmente pelo próprio irmão aos 9 anos. Os pais descobriram. Posteriormente, o irmão acaba morrendo. Para a família dela, para “salvar a criança do Inferno”, por conta de seu “pecado”, ela deveria fazer um jejum permanente, para salvar ela e para salvar a alma do irmão. Fizeram uma lavagem cerebral na garota, a ponto dela acreditar nisso.

É evidente nesse caso até que ponto doentio chegou o fanatismo religioso, de culpabilizar uma vítima de abuso sexual, mas impor a ela um “castigo” de fome, para ela “expiar seu pecado”.

Vale, mais uma vez, um destaque para a atuação impecável de Florence Pugh, que encarna a personagem com afinco, com verdade, transmitindo toda a angústia da personagem.

O Milagre é um drama com uma considerável densidade, recheado de reflexões e questionamentos sobre ciência, religião, crenças e sobre as diferentes visões de um fato. O porém fica quanto a presença de uma narradora, que quebra a quarta parede em 3 ocasiões. Por mais interessante que seja por um lado, acabou destoando da obra, ficando meio acessório e sem muita função clara.

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Graduada e Mestre em História pela Unesp. Moro no interior do estado de São Paulo. Redatora web há 5 anos. Trabalhei para agências de conteúdo como Rock Content, Leads Conteúdo Web, Ideal Digital, Contenu e Pandartt e portais de notícias, como Diário Prime News, Tecnonotícias, SaúdeLab, Giro Econômico e Carros Híbridos. Faço parte da equipe de redação do IEF Informação em Foco, escrevendo sobre economia. Contato: [email protected]

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