Governo Federal é acusado de desviar R$ 356 bi do Bolsa Família para militares, veja

Descoberta para lá de polêmica foi relacionada ao tradicional programa assistencial Bolsa Família, atualmente substituído pelo Auxílio Brasil. O Governo Federal, presidido atualmente por Jair Bolsonaro, é acusado de desviar cerca de R$ 375,9 bilhões do programa para dar conta das despesas das Forças Armadas. Confira mais informações abaixo. 

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Informação vindos dos dados da Lei de Acesso à Informação

A informação foi adquirida e divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S. Paulo, após uma análise de dados obtidos através da Lei de Acesso à Informação. De acordo com as informações apuradas, a verba do Bolsa Família foi remanejada no final de 2021, ou seja, no ano passado. 

O desvio foi ocasionado para bancar as despesas como auxílio moradia dos militares e projetos estratégicos do Ministério da Defesa, como o Astros 20202, um sistema de lançadores múltiplos de mísseis. 

De acordo com a lei, o dinheiro pode ser remanejado para custeio dos gastos militares apenas após o Congresso Nacional determinar a flexibilização do uso do montante originário do Bolsa Família. Vale lembrar que o programa social foi extinto em outubro do ano passado, quando realizou o último pagamento através do Auxílio Emergencial. 

Mas, em novembro de 2021, o Auxílio Brasil foi lançado como um substituto do Bolsa Família. Porém, a nova transferência de renda passou e ainda passa por debates polêmicos e desgastantes a respeito da verba de financiamento e suas possíveis ampliações, buscando atender um maior número de beneficiários. 

Atualmente, o Orçamento do Auxílio Brasil não chega a R$ 90 bilhões, o que atende um pouco mais de 18 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade com uma parcela mínima no valor de R$ 400. Enquanto isso, outras 2,78 milhões de famílias na mesma situação de pobreza e extrema pobreza continuam na fila de espera pela inclusão no substituto do Bolsa Família.

Justificativa do Ministério da Cidadania 

A principal justificativa dada pelo Ministério da Cidadania, pasta responsável pela gerência de iniciativas sociais, para não atender integralmente todas as famílias e necessitados elegíveis ao Auxílio Brasil é que o orçamento disponível para este ano não é o suficiente para extinguir a fila de espera do programa social. 

Uso da verba destinada ao Bolsa Família

De acordo com a Folha de S. Paulo, R$ 90 milhões em verbas inicialmente destinadas ao Bolsa Família foram aplicadas na compra de tratores para os aliados de Jair Bolsonaro, atual presidente da República. 

Outros 18,8 milhões provenientes do programa social sofreram uma redistribuição em várias ações polêmicas do Governo Federal. Apenas metade do respectivo montante foi utilizado para custear as primeiras parcelas do Auxílio Brasil. 

O valor restante ficou à mercê do governo para ser utilizado como bem entendesse. Na circunstância dos militares, o saldo do programa foi utilizado da seguinte maneira: 

• R$ 130 milhões na manutenção e suprimento de material aeronáutico;
• R$ 55,4 milhões  para a compra de combustíveis e lubrificantes de aviões;
• R$ 45,6 milhões na implantação do Sistema de Aviação do Exército;
• R$ 34 milhões no programa Astros 2020; 
• R$ 20,88 milhões para a movimentação de militares e;
• R$ 2,7 milhões em ajuda de custos ou auxílio-moradia.

A notícia polêmica vem em momento delicado para o governo Bolsonaro que anseia pela aprovação de seus eleitores e aliados através de um aumento do Auxílio Brasil, ampliação do Vale Gás e até mesmo a criação do PIX Caminhoneiro como parte da estratégia para sua campanha nas eleições de 2022 que deverão acontecer em outubro. 

Apesar das alegações sobre o Orçamento deste ano não ser suficiente para extinguir a fila de espera, ainda não há manifestações do presidente sobre os dados divulgados.

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