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Emissão de CO₂ na construção e impacto no clima global

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Pouca gente percebe, mas os canteiros de obra estão entre os maiores emissores de dióxido de carbono do planeta. Desde a produção de materiais até o transporte e execução, cada etapa de uma obra carrega uma carga considerável de carbono. Isso se dá, principalmente, pelo uso de cimento, aço e combustíveis fósseis em larga escala.

Ao entender esse cenário, conseguimos enxergar como o setor da construção impacta diretamente o clima. Em um mundo que sente os efeitos do aquecimento global com intensidade crescente, discutir esse tema é uma necessidade — não um diferencial.

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O papel do cimento e do aço nas emissões

Os dois principais materiais utilizados em construções — cimento e aço — são intensivos em carbono. A fabricação do cimento envolve a queima de calcário em altas temperaturas, um processo que emite CO₂ em grande escala. Já o aço exige energia em abundância para fundição e moldagem, e essa energia costuma vir de fontes poluentes, como carvão mineral.

Estes materiais sozinhos representam mais de 15% das emissões globais de CO₂. Em países em desenvolvimento, onde a construção civil é motor do crescimento urbano, esse número pode ser ainda mais alarmante.

Emissões invisíveis: o carbono incorporado

Nem toda emissão está ligada à fase de uso de um edifício. Existe também o chamado carbono incorporado, que é aquele emitido durante a extração, transporte e produção de materiais, além das etapas de demolição e descarte. Esse tipo de impacto passa despercebido na maioria dos projetos e é raramente contabilizado nos relatórios ambientais.

Reduzir o carbono incorporado exige uma revisão completa da cadeia de suprimentos, da escolha de fornecedores à adoção de materiais reciclados.

De onde vem o CO₂ nas obras?

Abaixo, uma lista com os principais pontos emissores de CO₂ durante a execução de uma obra:

  1. Produção de cimento e concreto 
  2. Uso de máquinas movidas a diesel 
  3. Transporte de materiais por caminhões e carretas 
  4. Fabricação e aplicação de aço estrutural 
  5. Demolição de estruturas existentes sem reaproveitamento 
  6. Geradores de energia utilizados no canteiro 

Cada um desses fatores representa uma etapa da construção que, se feita sem planejamento ambiental, contribui para o agravamento do efeito estufa.

Dados comparativos sobre emissões por material

Confira a comparação aproximada de emissão de CO₂ por tonelada de alguns dos materiais mais utilizados em obras civis:

MaterialEmissão de CO₂ (tonelada por tonelada)
Cimento Portland0,9 t CO₂
Aço estrutural1,8 t CO₂
Alumínio11 t CO₂
Tijolo cerâmico0,25 t CO₂
Madeira tratada0,05 t CO₂

Essa tabela evidencia como a escolha do material pode impactar diretamente a pegada de carbono de uma obra.

Clima urbano alterado por construções

Construções em áreas densas favorecem o aquecimento local, gerando as chamadas “ilhas de calor”. A absorção de calor por concreto e asfalto, aliada à baixa presença de vegetação, eleva a temperatura média de bairros inteiros. Isso impacta a qualidade do ar, aumenta o uso de energia elétrica e piora as condições de vida de quem mora nesses locais.

O fenômeno é agravado quando há pouca circulação de vento e muita verticalização, dificultando o equilíbrio térmico da região.

Planejar é reduzir impacto

Algumas práticas de planejamento podem diminuir significativamente a emissão de CO₂ em obras. Veja algumas ações:

  1. Escolher fornecedores com logística regionalizada 
  2. Priorizar materiais de menor impacto ambiental 
  3. Optar por fontes de energia limpa no canteiro 
  4. Implementar sistemas de reaproveitamento de água e entulho 
  5. Projetar com foco em eficiência energética e durabilidade 

Mesmo aspectos considerados simples, como a escolha de equipamentos para iluminação no canteiro de obras, podem fazer diferença no consumo energético e na pegada de carbono do projeto. Ao optar por soluções mais eficientes, como torres de LED, é possível reduzir o uso de combustíveis fósseis sem comprometer a segurança da operação.

Alternativas construtivas mais sustentáveis

Existem diversas soluções no mercado que já permitem construções mais limpas. As construções modulares, por exemplo, produzem menos resíduos e são mais rápidas de erguer. O uso de madeira de reflorestamento certificada e o tijolo ecológico também se destacam como opções de baixo carbono.

Com essas escolhas, é possível manter a funcionalidade e qualidade da obra, sem comprometer o planeta.

Como medir o impacto de uma obra?

Hoje, já existem ferramentas digitais capazes de calcular o impacto ambiental de um projeto. Softwares como One Click LCA e Tally oferecem estimativas de carbono incorporado e ajudam no comparativo entre diferentes materiais e métodos.

Além disso, normas como a ISO 14040 e certificações como LEED e AQUA trazem critérios claros sobre sustentabilidade na construção.

Reduzir CO₂ é uma responsabilidade compartilhada

Construtores, arquitetos, engenheiros e até clientes têm papel importante na redução das emissões. Projetos conscientes e escolhas assertivas no dia a dia fazem a diferença no quadro geral de emissões do setor. O impacto da construção civil no clima global é real, mas pode ser contido com ação coletiva e informação acessível.

FAQ — Perguntas Frequentes

  1. O que é carbono incorporado na construção civil?
    É o CO₂ emitido durante a produção, transporte e descarte de materiais usados na construção.
  2. Qual material de obra mais emite CO₂?
    O alumínio é um dos materiais mais intensivos em carbono, seguido pelo aço e o cimento.
  3. Como reduzir a emissão de CO₂ em uma obra?
    Com escolhas conscientes de materiais, uso de energia limpa, transporte regional e reaproveitamento de recursos.
  4. Construções sustentáveis são mais caras?
    Nem sempre. O custo inicial pode ser maior, mas a economia ao longo do tempo compensa em manutenção e consumo.
  5. O que são ilhas de calor e qual a relação com obras?
    São áreas urbanas que concentram calor por conta do excesso de concreto e falta de vegetação, muitas vezes causadas por obras mal planejadas.
  6. Existe norma para medir impacto ambiental de obras?
    Sim, como a ISO 14040 e certificações como LEED e AQUA, que avaliam critérios de sustentabilidade em projetos de construção.
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