Covid-19 e Operação Contágio – PF indicia 27 pessoas por desvio de R$ 40 milhões de recursos públicos na área da saúde

A Polícia Federal de São Paulo indiciou cerca de 27 pessoas na Operação Contágio por desvio de R$ 40 milhões de recursos públicos da saúde. A organização criminosa é indiciada por lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, superfaturamento em fornecimento de medicamentos, fraude em licitação e uso de documento falso.

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Operação Contágio Polícia Federal

Desvio de verbas na área de saúde

A Polícia Federal indiciou nesta quarta-feira (22) cerca de 27 pessoas por desvio de R$ 40 milhões de recursos públicos da saúde através de uma organização social (OS) contratada pelos seguintes municípios: Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Hortolândia, São Vicente e Cajamar, todos em São Paulo.

Até o momento, dois médicos estão foragidos e outros dois indiciados estão presos preventivamente por ordem do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. O Superior Tribunal de Justiça negou diversos habeas corpus impetrados pelos indiciados.

As verbas públicas desviadas tinham como destino o tratamento da Covid-19 na população

Os indiciamentos da Operação Contágio acontecem por organização criminosa, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, superfaturamento em fornecimento de medicamentos, fraude em licitação e uso de documento falso.

Em um relatório de mais de duzentas páginas, a Polícia Federal detalha a investigação que durou quase dois anos e ouviu mais de 40 pessoas.

O que se sabe da verba desviada é que o recurso seria usado para o tratamento da Covid-19 e demais áreas da saúde que necessitavam para operar adequadamente.

A Organização Social havia sido constituída com documentos fraudulentos que permitiram que ela fosse contratada por diversos municípios. O presidente da organização era um médico veterinário de 28 anos, mas a OS era efetivamente controlada por diversos médicos.

E, ainda de acordo com a Polícia Federal, os integrantes da Organização Social sacaram cerca de R$ 20 milhões em espécie com a escolta armada de um guarda civil municipal e sua esposa. Em um dos saques acompanhados pela Polícia Federal, foi possível observar que o guarda esperou dentro do veículo enquanto sua esposa entrou em uma agência bancária em São Roque, no interior de São Paulo. E, logo após o saque, a mulher se dirigiu a outro veículo, que foi seguido por seu marido.

Grande quantidade de valores foram transferidos para outras empresas controladas pelo grupo e envolvidos levavam vida de luxo com o dinheiro destinado à saúde pública

Outro detalhe, é que uma grande quantidade de valores foram transferidos para outras empresas controladas pelo grupo. Durante a investigação, a Polícia Federal apontou que uma reforma na residência de um casal de médicos era paga com o dinheiro desviado. O imível está avaliado em mais de R$ 5 milhões e havia sido adquirido em maio deste ano.

O valor estimado do desvio destes contratos é de R$ 40 milhões. As duas fases da operação ainda foram deflagradas em abril e em novembro deste ano, quando foram cumpridos os mandados de prisão e de busca e apreensão.

Foram apreendidos mais de R$ 700 mil em espécie nos endereços dos alvos, sendo que boa parte foi encontrada escondida em um escritório bunker da própria OS.

Além disso, uma lancha e diversos veículos de luxo foram apreendidos. A Justiça Federal também determinou o sequestro de imóveis localizados em condomínios fechados de alto padrão na região metropolitana de São Paulo e na praia de Ubatuba, no litoral paulista.

O que revela ainda mais que os integrantes da organização levavam vidas luxuosas com os valores desviados da saúde pública e ostentavam suas mansões, carros esportivos, relógios de luxo, lancha, armas e pilhas de dinheiro em fotos e vídeos encontrados pela Polícia Federal.

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