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Economia

Brasil perdeu milhares de creches particulares durante a pandemia

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Dados indicam que país perdeu mais de 2,5 mil creches particulares em razão da COVID-19 e especialistas alertam para o risco de haver uma sobrecarga em creches públicas. Crise financeira e suspensão das atividades foram os fatores de cancelamento de muitas matrículas em creches particulares, levando diversas à falência e sobrecarga da rede pública.

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Em um bairro nobre (Auxiliadora) da capital do Rio Grande do Sul (Porto Alegre), uma escolinha de educação infantil tinha, no ano de 2019, cerca de 50 (cinquenta) alunos matriculados. Com a pandemia, no ano de 2020 o número de matriculados caiu para menos de 15 crianças. Com isso, a instituição, que já tinha uma tradição de 11 (onze) anos, veio a decretar falência em março de 2021.

A professora Amanda Souza, que perdeu o emprego quando a escolinha fechou, afirmou que “Os pais não viam mais sentido em pagar cerca de R$ 2 mil para o período integral, sendo que estavam trabalhando em casa ou contratando babás”.

Este caso não é isolado, sendo constatado que no auge da pandemia (entre 2020 e 2021), o Brasil veio a perder 2.559 creches particulares, conforme dados divulgados pelo Censo Escolar, em fevereiro deste ano. Neste levantamento, foram contabilizadas as creches que cobram mensalidades e aquelas que têm convênio com alguma prefeitura.

Os maiores impactos ficaram na região nordeste do país, com 16% das unidades sendo fechadas, e norte, com 9% das unidades sendo fechadas. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O que dizem os especialistas

Ao portal de notícias G1, especialistas afirmaram que esta falência de creches particulares em um espaço de tempo tão curto pode levar a uma sobrecarga da rede pública.

Olavo Nogueira Filho, diretor executivo da ONG Todas Pela Educação, disse que “Naturalmente, vai haver uma pressão maior na esfera municipal”.

Na cidade do Rio de Janeiro, Renan Ferreirinha, secretário da Educação, já verificou uma alta na demanda por creches municipais.

“A gente tem percebido que, com a ‘quebradeira’ do setor privado e o empobrecimento da população, a procura só aumentou”, disse.

Segundo Ferreirinha, no ano de 2021, mais de 20 mil crianças estavam no aguardo de uma vaga, enquanto que cerca de 84 mil crianças estavam matriculadas. Já no ano de 2022, a prefeitura municipal do Rio de Janeiro procedeu a uma ampliação quanto à capacidade de atendimento, vindo a aumentar o número de crianças em creches públicas para 92 mil. Completou informando que mesmo com o aumento de 8 mil vagas, a fila de espera por uma vaga variou pouco. “Estamos tentando não deixar ninguém para trás”, afirmou o secretário.

O problema do fechamento das creches particulares não repercute somente na pressão sobre a rede pública, mas o desemprego ocasionado, sendo contabilizados mais de 6.500 professores que ficaram sem trabalhar em creches entre 2020 e 2021.

A professora Amanda Souza disse que “O jeito foi conseguir um bico para trabalhar como babá. Eu e meus colegas montamos uma rede de apoio para que todo mundo tivesse alguma fonte de renda” e que “Até entrei em um curso de administração para ampliar meu leque profissional”. Por fim, completou que “Só em abril de 2021, com a volta do ensino presencial, encontrei outra vaga em creche”.

Ainda de acordo com especialistas, 3 (três) fatores contribuem para a crise:

– Legislação brasileira que não obriga a matrícula de filhos em creches por parte dos pais, ao contrário de pré-escola.

– Opção das famílias por cancelarem as matrículas em razão da suspensão das atividades presenciais, sem saberem quando estas retornariam.

– Crise financeira e desemprego.

– Maior custo para manutenção de escolas de educação infantil.

Com isso, as creches encontram dificuldades na continuidade de pagamento de despesas quando houve a queda de alunos, levando ao fechamento.

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Formada Técnica em Serviços Jurídicos e em Finanças pela ETEC. Estudante de Gestão Empresarial pela FATEC. Possui experiência como redatora, ghostwritter e consultoria jurídica. Apaixonada por livros e felinos. Contato: [email protected]

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