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Economia

Procurador Geral do MPMG fala sobre ponte em cidade de família negociada com a Vale

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Chefe do Ministério Público de Minas Gerais se manifesta sobre polêmica de negociação com a Vale de ponte em cidade de sua família no caso da tragédia em Brumadinho

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Procurador MPMG

Jarbas Soares Junior, Procurador Geral do Ministério Público de Minas Gerais se manifestou sobre a recente polêmica envolvendo seu nome quando negociou uma ponte a ser construída na cidade de São Francisco (norte de Minas) pela Vale.

Jarbas nasceu na cidade de Monte Claros, também localizada no norte do Estado de Minas Gerais, mas passou sua infância na cidade de São Francisco. Ele é acusado de utilizar sua influência no cargo de Procurador Geral do MPMG para a construção de uma ponte que beneficiará a cidade em que reside sua família.

A negociação se deu com a empresa Vale, envolvida na tragédia que vitimou mais de 200 pessoas, quando uma barragem se rompeu na cidade mineira de Brumadinho. Apesar de Brumadinho estar localizada próxima à capital e muito longe da cidade de São Francisco, que não foi afetada pelo rompimento da barragem, quando das negociações para reparação de danos provocados pela tragédia foi incluída, a pedido de Jarbas, uma ponte na cidade de São Francisco, o que teria causado constrangimento entre os participantes da reunião, em que pese o pedido ter sido atendido.

Segundo o chefe do MPMG, a construção da ponte se trata de uma promessa de campanha do governador de Minas Gerais, Romeu Zema.

Informações veiculadas na coluna de Thiago Herdy, jornalista do UOL, indica que o pedido partiu de Jarbas. O rompimento da barragem na cidade de Brumadinho foi um dos maiores desastres socioambientais ocorridos no Brasil, gerando imensos impactos para a Bacia do Rio Paraopeba, não atingindo diretamente a cidade de São Francisco, onde a construção viária será construída com recursos destinados a beneficiar municípios atingidos em acordo feito pela Vale.

Negociação da construção da Ponte

O colunista afirma que Jarbas requereu a construção da ponte para atender a uma demanda na cidade em que reside sua família, provocando constrangimentos aos representantes de órgãos que compunham a mesa de negociações com a Vale.

A ponte servirá de ligação entre as cidades de São Francisco e Pintópolis, ambas mineiras, com uma extensão de 1,1 quilômetro. A licitação para a construção da ponte finalizou em dezembro de 2021 e a previsão para a obra é de 2 (dois) anos, ao custo de R$ 113 milhões de reais.

Justificativa de Jarbas Soares

Em nota enviada ao colunista, o Procurador Geral do MPMG afirma que o acordo prevê investimento em diversas outras áreas de Minas Gerais e que também são distantes de Brumadinho. Ainda, que sua assinatura não é importante para o acordo firmado e que foi o governo do Estado de Minas Gerais quem determinou os locais de investimento. Na nota, o Procurador Geral não se manifestou sobre o pedido para a construção da ponte em São Francisco.

No acordo entre a Vale e o governo mineiro determina o investimento da maior parte dos recursos em áreas que foram diretamente atingidas com o rompimento da barragem em Brumadinho. Contudo uma parcela correspondente a R$ 1,5 bilhão será destinada a 853 municípios mineiros, com cotas que variam de R$ 750 mil a R$ 2,5 milhões para a maioria (782 municípios). Há previsão, também, para investimentos em hospitais regiões do estado.

O chefe do Ministério Público de Minas Gerais informou que tomou posse no cargo em 11 de dezembro de 2020, “quando as premissas do acordo, assinado em 4 de fevereiro de 2021, já estavam definidas, embora ainda permanecesse pendente a definição de valores” e que “No exercício do governo, Romeu Zema visitou a região inúmeras vezes, sempre com cobertura da imprensa, lembrando do compromisso assumido. Aprovado o Acordo de Brumadinho, retornou a vários municípios do Norte de Minas para anunciar a construção de não uma, mas de três pontes sobre o São Francisco: a de Manga, a de São Francisco e a de São Romão”.

Manifestação do Governo de Minas Gerais

O governo mineiro enviou uma nota ao colunista dizendo que “Devido à magnitude do ocorrido, que prejudicou toda a sociedade e a economia mineira, os recursos do acordo devem contemplar o estado como um todo” e que “Além da ponte de São Francisco, outras duas pontes também serão construídas com recursos do acordo”. A Vale foi procurada, mas não se manifestou sobre o assunto.

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