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Economia

Para economizar, consumidor dá preferência ao comércio ‘atacarejo’

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Produtos básicos comercializados nesses estabelecimentos são, em média, 15% mais baratos do que em supermercados e hipermercados.

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Foto: gpointstudio/Freepik

Com a pressão inflacionária e a alta dos preços de alimentos e outros produtos, os consumidores são motivados a buscarem valores mais em conta para manter o abastecimento de suas famílias. Nesse cenário, os atacarejos ganham espaço. O modelo de negócios está em expansão no Brasil, sendo visto como um segmento do setor atacadista com potencial importante de crescimento em 2022.

Além da opção dos atacarejos, pesquisar os preços assiduamente, participar de programas de fidelidade nos supermercados, comprar em grupos e usar o vale alimentação com mais consciência são estratégias adotadas pelos consumidores.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) – tido como a prévia da inflação oficial no país –, os valores de alimentos e bebidas avançaram 11,43% nos últimos 12 meses. O quantitativo é praticamente o dobro do ritmo do índice geral, que subiu 6,85% no mesmo período, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Refeições fora de casa, frutas e leite são os itens que tiveram mais influência na alta dos alimentos, conforme o IPCA-15. A lista dos produtos com maior peso para esse aumento é composta ainda por pão francês, queijo, café moído, cebola e biscoito.

Pesquisar preços e limitar um valor diário para as refeições durante a jornada de trabalho são formas de usufruir do cartão refeição e driblar a inflação também ao comer fora de casa.

Atacarejo cresce e domina 40% das vendas de alimentos

A busca incessante pelos preços mais baixos garantiu 10% de alta ao formato de comércio atacarejo no ano passado, contra uma queda de 2,4% do varejo alimentar de modo geral, de acordo com pesquisa da McKinsey publicada pelo Estadão. Em um ano, a fatia do atacarejo no varejo de alimentos foi de 35% para 40%.

Atualmente, existem mais de 2 mil lojas no país, que faturaram R$ 230 bilhões no ano passado, conforme dados da Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviços (Abaas) e da Nielsen IQ.

Conforme o estudo da McKinsey, a perspectiva é de que esse modelo ganhe ainda mais espaço e chegue a 50% das vendas nos próximos anos. Sócio da consultoria empresarial americana, Roberto Tamaso, comenta à imprensa que o estudo deixa claro que não há perspectiva de que a sensibilidade do consumidor em relação ao quesito preço diminua em um futuro próximo.

A preferência pelo atacarejo, em tempos de orçamento apertado, se justifica, já que os produtos básicos comercializados nessas lojas são, em média, 15% mais baratos do que em supermercados e hipermercados, segundo recente pesquisa da Nielsen.

Abastecimento é estratégico para famílias

Conforme o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Leonardo Miguel, o momento atual de preços mais altos fez com que as famílias reconhecessem o abastecimento próprio como estratégico, o que contribui para o crescimento do atacarejo. A avaliação foi feita em coletiva de imprensa na 41ª Convenção Anual do Canal Indireto, evento realizado pela Abad.

O modelo vem substituindo os hipermercados, por exemplo. Segundo o Ranking Abad NiensenIQ, divulgado na convenção, houve uma troca de cerca de 70% dos hipermercados para os atacarejos entre fevereiro e março de 2022. O levantamento mostra ainda que os hipermercados não recuperaram os patamares de alcance frente a 2019, já que o consumidor tem priorizado gastos em outros canais.

Para o gerente de atendimento ao varejo da NielsenIQ, Daniel Asp Souza, enquanto a inflação pressionar e corroer a renda, e o empresário perceber a necessidade de oferecer à população preços mais baixos, o atacarejo tende a crescer.

Pequenos mercados não devem desaparecer

O presidente da Abad ressalta que, embora o atacarejo tenda ao crescimento, ele não deve substituir outras formas de varejo, mesmo com a alta nos preços dos alimentos e produtos.

Isso porque, embora ofereça um custo mais baixo, esse modelo de negócio não é caracterizado pela comodidade maior nas compras, envolvendo filas e deslocamentos mais longos até as lojas, que não costumam ser localizadas em pontos centrais.

Ele aponta que um tipo de negócio não exclui o outro. Há espaço para o abastecimento estratégico e para a conveniência, também considerada importante.

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Bacharel em Administração e graduado em Tecnologia em Gestão Comercial, é especialista em criação de conteúdos sobre negócios. Faz parte da equipe de redação do IEF - Informação em Foco. Contato: [email protected]

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