Comitê Científico do Rio – Compra de vacinas para crianças e carnaval sem restrições

A prefeitura ainda não decidiu se irá encomendar doses diretamente aos laboratórios ou se vai esperar o Ministério da Saúde. Comitê Científico do Rio recomenda compra de vacinas para crianças

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Comitê científico do Rio de Janeiro

O movimento do comitê é somado a ações adotadas em outros locais, como o pré-cadastro no Ceará. Apesar do impasse da prefeitura sobre a encomenda direta com os laboratórios ou a espera do Ministério da Saúde, o Comitê prevê um carnaval sem restrições.

Em reunião nesta segunda-feira(20), o Comitê Científico da Prefeitura do Rio recomendou que o município compre vacinas para as crianças após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) ter liberado a aplicação da Pfizer para quem tem de 5 a 11 anos de idade.

Entretanto, o governo federal alegou que somente no dia 5 de janeiro poderá ter uma resposta sobre o assunto.

Dúvidas sobre a autorização da Anvisa, Bolsonaro diz que os pais devem avaliar se darão ou não o imunizante

Na noite de quinta-feira(16), o presidente Jair Bolsonaro (PL) que declara não ter se vacinado, levantou dúvidas sobre a decisão da Anvisa. O presidente da República cobrou a divulgação do nome dos responsáveis pela autorização e disse que os pais devem avaliar se darão ou não o imunizante.

No domingo (19), a Anvisa acionou os órgãos de investigação e do governo federal para pedir apuração sobre novas ameaças de violência contra diretores da entidade. A Polícia Federal do Distrito Federal já abriu uma investigação e novas informações devem vir à tona. A recomendação do Comitê não se restringe apenas a compra das vacinas para crianças, mas também que não vê nenhuma restrição à realização do carnaval carioca nas condições atuais. Levando em conta, as ressalvas que o prefeito Eduardo Paes tinha feito apenas aos blocos de rua.

Confira a ata do colegiado sobre a vacina para crianças e respostas das autoridades

Confira o acesso à ata do encontro do colegiado que propôs a vacina para crianças. “Alinhado às Sociedades Científicas e às melhores evidências até aqui disponíveis, o comitê recomenda fortemente à Secretaria Municipal de Saúde que todas as medidas sejam adotadas para implementar a campanha de vacinação em crianças, avaliando inclusive a eventual necessidade de compra direta aos fornecedores”, diz o texto.

A Anvisa aprovou na semana passada uma versão da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. O governo Bolsonaro, porém, ainda não disse quando os imunizantes vão começar a ser aplicados. E, o Ministério da Saúde  diz que só terá uma posição dia 5 de janeiro, após fazer uma consulta pública e ouvir a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19. Essa câmara, porém, já tem consenso a favor da vacinação infantil.

Na segunda-feira(20), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que “a pressa é inimiga da perfeição” em relação à vacinação de crianças”.

“O principal é a segurança. No ano de 2021, considerando o pico, onde houve 4 mil óbitos, crianças de 5 a 11 anos, menos de 150 óbitos. Não que eu esteja menosprezando, cada vida é importante”, afirmou o ministro à imprensa, em Brasília. “Os pais terão a resposta no momento certo, sem açodamento”, continuou o ministro.

Queiroga, entretanto, não explicou a origem desses números.

Na última quinta (16), porém, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) afirmou que nenhuma outra doença matou tantas crianças e adolescentes no Brasil em 2021 quanto a Covid-19.

E, de acordo com os dados apresentados pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19, houve 1.449 mortes de crianças de 0 a 11 anos, sendo 301 entre faixas de 5 a 11 anos desde o início da epidemia. A ata ainda informa que se as condições atuais se mantiverem até fevereiro, a festa de carnaval irá ocorrer sem restrições.

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