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Veja como a disparada de preços dos combustíveis atinge também quem não tem carro

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O setor de logística é um dos primeiros a ser afetado: já que 60% do que é consumido e produzido no país é transportado pelas estradas, o impacto do segmento acaba afetando  outras áreas.

Setor de Logística está afetado 

Andar de carro está ficando cada vez mais complicado no Brasil. Visto que, o litro da gasolina chegando a quase R$9 nos postos, impulsionado pela guerra na Ucrânia, os brasileiros estão repensando a forma de se deslocar, que seja mais econômica, até o trabalho e de aproveitar os momentos de folga.

Mas os efeitos do aumento de preços dos combustíveis não se limitam ao bolso dos motoristas: a pressão gera um efeito cascata na economia.

Assim sendo, o setor de logística é um dos primeiros a ser afetado no mercado. E como 60% do que é consumido e produzido no país é transportado pelas estradas, de acordo com a Confederação Nacional dos Transportes, o impacto do segmento acaba afetando vários setores do mercado brasileiro  e, consequentemente, no bolso do consumidor.

O Brasil, por exemplo, é o quarto maior produtor mundial de grãos, como arroz, soja, cevada, trigo e milho. Esses são produtos que são transportados em grande parte em caminhões, e o preço do frete é ligado diretamente ao do óleo diesel.

Aumento da Inflação 

Na prática, isso significa que os preços de produtos básicos, como alimentos, ficam cada vez mais caros e elevam o custo de vida da população brasileira.

Os itens básicos da cesta básica subiram quase o dobro do rendimento médio do trabalhador, de 2017 a 2022. Como também, os alimentos e bebidas tiveram um aumento acumulado de 37%; moradia, 38%; transportes em geral, 36%; e só a gasolina, 77%. Enquanto isso, o rendimento médio do trabalhador subiu apenas 19,7%, desse modo, o salário do trabalhador brasileiro aumentou de acordo com o custo de vida.

Todos esses itens contribuíram para subir o valor da inflação, que aumentou rapidamente para 1,01% em fevereiro deste ano. Dessa forma, a alta de preços dos produtos básicos se espalha pela economia, chegando àqueles que são corrigidos pelos índices inflacionários.

BC tende a elevar a taxa Selic para conter inflação

O Banco Central, para conter esse aumento da inflação, por sua vez, tende a elevar a taxa básica de juros. No mês de março, a taxa da Selic passou de 10,75% para 11,75% ao ano, que é o maior patamar desde o ano de 2017. Com taxas mais altas que o comum, as parcelas atrasadas do cartão de crédito ficam com taxas maiores, assim como os novos contratos de financiamento imobiliário têm juros mais elevados. Portanto, com ou sem um carro na garagem de casa, o brasileiro sentirá no fim do mês os efeitos do aumento do preço dos combustíveis, em quase todos os seus gastos: no pãozinho do café da manhã, na conta de luz, no aluguel, na cerveja do happy hour e até na ração dos seus pets.

A disparada no preço do barril de petróleo no mercado internacional pressiona os preços dos combustíveis aqui no Brasil, visto que, a Petrobras adota uma política de preços que se orienta pelas flutuações internacionais. O impacto do aumento da inflação, que foi potencializado, ainda mais, pela guerra na Ucrânia, afeta diretamente o bolso do motorista e de todos os cidadãos. 

Logo, esse panorama atual do Brasil é preocupante para todos cidadãos, já que o preço do custo de vida no país aumenta exponencialmente e a renda do trabalhador brasileiro não acompanha de forma proporcional essa inflação. Dessa maneira, esse cenário colabora também para o aumento da desigualdade na sociedade, uma vez que afeta todos os setores. 

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