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Varejo sofre impacto por inflação e juros altos

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Mesmo com as vendas acima do esperado, o setor deve continuar sentindo os impactos da inflação no país.

Varejo sofre impacto por juros e inflação

Vendas acima do esperado ainda sofre com impacto da inflação

Mesmo com as vendas ocorridas em novembro tendo surpreendido diversos empreendedores e segmentos, a maioria continua com o desempenho negativo.

Após o inesperado avanço do setor de serviços, o setor de varejo surpreendeu a todos com a forma positiva. As vendas cresceram cerca de 0,6% entre outubro e novembro do ano passado, o que interrompeu uma sequência de três quedas mensais no setor.

De acordo com o consenso Refinitiv dos economistas do mercado financeiro já apontavam estabilidade por conta do indicador e muitas casas de análise já estavam apostando em uma retração.

O que levou a pensar em um sinal de reversão de tendência.

Indicador positivo não trouxe boas notícias ainda

O indicador veio melhor do que o esperado, mas ainda não tem apenas boas notícias com isso. Ao menos cinco das oito atividades que compõem a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) tiveram um resultado negativo no período. Em outras palavras, não há como dizer que a expansão do varejo foi amplamente positiva. A venda de combustíveis, lubrificantes, móveis e eletrodomésticos, por exemplo, está em queda há seis meses consecutivos.

Alimentos e bebidas se beneficiou do aumento

A atividade varejista que mais se beneficiou em novembro do aumento foi o setor de alimentos e bebidas com aumento de 0,9%, e segue 1,2% em produtos farmacêuticos e de 2,2% em outros bens de uso pessoal, que foram impulsionadas pela Black Friday.

Mesmo com os benefícios do aumento, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que foi o desempenho mais fraco da data em 2021 em comparação com os anos anteriores.

O impacto se deve ao problema na cadeia de suprimentos que contribuíram de forma direta com o impacto negativo.

Economistas alegam que o avanço é um qualitativo frágil atualmente

De acordo com o economista da Rio Bravo, João Leal, “Esse resultado mostra que, com a aceleração da inflação, as famílias priorizaram o consumo de itens básicos (alimentos) em detrimento de bens duráveis e semi-duráveis”. O mesmo afirma que o avanço do setor é um qualitativo frágil.

Enquanto que, o economista da XP Investimentos, Rodolfo Margato, afirma que as atividades de varejo têm sido prejudicadas por conta da inflação, salários baixos da população e o aperto das condições financeiras e deslocamento de maior proporção dos gastos das famílias do mercado de bens para serviços, com a reabertura da economia. O poder de compra é afetado por conta de juros altos e uma inflação pressionada.

“Logo, não interpretamos a surpresa positiva com o desempenho das vendas em novembro como um sinal de reversão de tendência”, afirma Margato. De acordo com o economista, as estatísticas do mercado de crédito permanecem sólidas, a combinação de alta dos juros e o comprometimento de renda das famílias tende a amortecer a renda das famílias ao longo de todo o ano de 2022.

O Itaú BBA informou que o crescimento das vendas no setor não deve alterar as apostas para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que possui uma dose de alta da Selic de 1,5 ponto percentual. Os analistas do Goldman Sachs escreveram que“

“Além disso, o aumento [de casos] da variante Ômicron provavelmente também afetará a atividade de varejo (embora menos do que serviços), particularmente em pontos de venda de alta densidade”.

A XP Investimentos aguarda um avanço de 0,7% do índice de prévia do PIB que será divulgado na segunda-feira (17). Para o PIB do quarto trimestre, a previsão é de um crescimento de 0,1% em relação ao trimestre anterior e de 1% na comparação anual.

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