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UFMG discorda de falas do presidente sobre potássio em terras indígenas
Segundo o presidente, a saída estava sob as aldeias da bacia do Amazonas. Mas, pesquisadores conseguiram provar que apenas 11% estão presentes neste território.
Exploração de potássio em terras indígenas
Foi realizado um estudo pela Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG) que apresenta o contrário do que foi divulgado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro(PL). O presidente havia dito que a saída está sob as aldeias da bacia do Amazonas. Entretanto, a pesquisa apontou que apenas 11% das jazidas de potássio (elemento usado na fabricação de fertilizantes) estão localizadas em terras indígenas, ou seja, na Bacia da Amazônia. A pesquisa teve como base os dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) e o CPRM (Serviço Geológico Brasileiro).
Nesta segunda, Bolsonaro defendeu a aprovação de um projeto de lei que regulamenta a mineração em terras indígenas, enviado há, pelo menos, dois anos pelo governo ao Congresso Nacional.
O presidente afirma que a aprovação do projeto irá liberar a exploração de potássio, utilizado em fertilizantes no agronegócio, na região da foz do Rio Madeira.
A preocupação é por conta do Brasil que importa fertilizantes da Rússia, portanto, há o risco de falta do produto e uma alta do preço dos combustíveis. Diante da guerra com o país vizinho, Ucrânia, as possibilidades sobre o país europeu são crescentes.
Bolsonaro chegou a dizer que, diante da crise internacional (guerra), o Congresso fez sinal em votar neste projeto em regime de urgência. O presidente afirmou querer a aprovação do projeto na Câmara neste mês para que dentro de três anos, o Brasil possa declarar não ser dependente de importação de potássio para o setor de agronegócio.
Reservas já existentes no Brasil podem sustentar o país até 2100
O estudo da Universidade Federal de Minas Gerais provou que não é desta forma. O pesquisador Bruno Manzolli, considerou toda a área provável de haver reservas de potássio, que inclui possíveis depósitos e depósitos importantes pelo CPRM e pela PETROMISA, o que indica que cerca de 11% dos 13,7 milhões de hectares são de territórios indígenas.
A pesquisa apontou que as reservas de potássio existentes podem sustentar o Brasil até 2100, mas se levar em consideração as jazidas fora da Amazônia Legal, a autonomia chega a 2089.
A pesquisa indicou que Minas Gerais, Sergipe e São Paulo juntos possuem reservas de 894,8 toneladas. Na região de Nova Olinda do Norte e Itacoatiara, o número não passa dos 255 milhões de toneladas.
O pesquisador afirmou que há reservas em outros locais do país, por isso utilizar as terras indígenas não é a única saída, conforme as falas do presidente.
Depósitos de Fazendinha, Arari e Autazes, foco da pesquisa, apresentaram reservas prospectáveis, dos 83 mil hectares, apenas um total de 9% é localizado em terras indígenas. O município localizado no interior do Amazonas, Autazes, é reconhecido pelo Ministério da Agricultura por conta de seu potencial de ajuda para suprir a necessidade do Brasil na produção de fertilizantes. A cidade faz parte de um plano nacional que possui objetivo de tornar o país menos dependente do produto que é produzido em outros países.
Mega jazida de potássio é indicada por plano nacional
Segundo Tereza Cristina, ministra da Agricultura, o município do interior do Amazonas, Autazes, tem uma mega jazida de potássio, que é o principal insumo para a produção de fertilizantes necessários para a área Agro. O governo federal apontou que a exploração seria suficiente para suprir um total de 25% de toda necessidade nacional. Apesar de ainda não haver retorno do Palácio do Planalto sobre a pesquisa da universidade federal, em breve, novas informações serão dadas.