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Repasse do governo de R$ 58 milhões ao Hospital São Paulo serve para lidar com a falta de medicamentos e o corte de funcionários da unidade

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Família de pacientes da unidade afirmam que falta dipirona. No mês passado, funcionários do hospital denunciaram o desligamento de diversos médicos e enfermeiros. 

Governo faz repasse de R$ 58 milhões para o Hospital São Paulo

O governo do estado de São Paulo anunciou nesta segunda o repasse de R$ 58 milhões para o Hospital de São Paulo, unidade referência em atendimentos ambulatoriais e de alta complexidade na capital paulista. O hospital enfrenta uma grave crise financeira e parte da verba cobre muito pouco a dívida de R$ 450 milhões que a unidade possui. 

De acordo com o governador Rodrigo Garcia (PSDB), a verba será utilizada para a reforma do pronto-socorro do hospital. Sendo R$ 50 milhões para o custeio e R$ 8 milhões para a obra. O governador de São Paulo chegou a dizer que a partir de setembro, o pronto-socorro estará reformado e atendendo a população. 

O Hospital Universitário da Unifesp, Hospital São Paulo, possui a Associação Paulista para o SPDM (Desenvolvimento da Medicina), entidade filantrópica de prestação de serviços de saúde, como mantenedora e responsável pela unidade que utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS). 

Reclamações e crises são frequentes sobre o hospital 

Semana passada os funcionários e familiares de pacientes da unidade informaram a falta de leitos e de medicamentos básicos, como dipirona. O hospital sequer possuía condições de fazer um hemograma.

Há pacientes que aguardam cirurgias há dois anos. Mãe de um dos pacientes do hospital com o filho internado com câncer disse que até mesmo a dipirona é necessário comprar e que profissionais de enfermagem têm feito doação de pomadas, o que apresenta um estado de calamidade. Os demais familiares de pacientes também informaram sobre o reaproveitamento de materiais, como sondas. Em entrevista ao G1, Rita de Cássia da Silva conta sobre a situação de seu filho que está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com grave problema no pulmão, dizendo que a fisioterapeuta aspirou e precisou guardar a sonda para utilizar novamente depois, já que não há material disponível. 

Outro caso que também foi apresentado é de cirurgia cancelada por falta de vaga no hospital, o sogro de uma técnica em enfermagem não conseguiu vaga no hospital e há dois anos necessita de cirurgia para retirar um tumor do olho. Já aconteceu de marcar a cirurgia, porém foi cancelada por conta do hospital alegar que não havia vaga para ele ficar internado.

Hospital de São Paulo é mantido principalmente com recursos do Sistema Único de Saúde

Vale ressaltar que o Hospital de São Paulo é mantido principalmente com os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Na semana passada, por exemplo, a Secretaria Estadual da Saúde informou ter feito repasse de mais de R$ 560 milhões nos últimos três anos e, atualmente, o hospital receberá mais R$ 66 milhões neste ano de 2022, através do programa “Mais Santas Casas”. 

Até o momento não houve pronunciamentos do Ministério da Saúde sobre a situação da unidade. 

Centenas de médicos e enfermeiros foram desligados do hospital

Em maio, através de uma reportagem do g1 foi revelado que centenas de profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros que trabalham no local foram desligados. A reportagem esteve na unidade hospitalar no final de fevereiro e encontrou o pronto-socorro fechado, somente com atendimentos de especialidade sendo realizados. Os pacientes ainda procuram o local para atendimento clínico ou emergencial, porém são encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vila Mariana para serem atendidos e tratados.

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