COVID-19

Polícia Federal investiga declaração do presidente Bolsonaro sobre vacinas que “trazem risco” de contrair Aids

Publicado

em

O Supremo determinou a abertura de inquérito em dezembro e, no dia 23 de fevereiro, a Polícia Federal instaurou apuração. Delegada irá pedir cooperação internacional por fontes externas citadas pelo chefe do executivo.

PF inicia investigação sobre Bolsonaro ter associado vacinas ao risco de contrair Aids

O Supremo Tribunal Federal determinou ainda em dezembro a abertura de inquérito e, no último dia 23, a Polícia Federal instaurou a apuração. Segundo a delegada do caso, será preciso cooperação internacional por conta do presidente ter citado fontes externas. 

O presidente Jair Bolsonaro(PL), na ocasião, disse que a vacina contra Covid oferecia risco de desenvolver Aids. E, tal relação não existe. A declaração foi feita pelo presidente nas redes sociais em 2021. 

A determinação de abertura de inquérito foi feita pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A Polícia Federal só realizou a apuração no dia 23 de fevereiro. Lorena Nascimento, delegada responsável, informou que irá pedir colaboração internacional nas investigações já que o presidente citou dados de outros países e, por conta disso, de acordo com a delegada, será necessário a Coordenação-Geral de Cooperação Internacional tomar algumas medidas.

Veja as medidas que devem ser tomadas pela Coordenação-Geral de Cooperação Internacional

  • Conferir no Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido se o país divulgou em seus sites oficiais a informação que “os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida” rapidamente;
  • Checar no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas(Niaid), dos Estados Unidos, a existência de um suposto estudo que foi citado pelo presidente. Bolsonaro comentou sobre uma provável publicação de profissionais do instituto que, segundo o que foi dito, a maioria das mortes da gripe espanhola teria acontecido devido a uma pneumonia bacteriana secundária, e que a proliferação da bactéria ocorreu pelo uso de máscaras. As autoridades sanitárias esclareceram ao longo dos últimos – e recentes – dois anos que as máscaras, na verdade, é um fator que previne doenças. 

A delegada informou que o presidente está sendo investigado por crimes de epidemia, infração de medida sanitária preventiva e incitação ao crime. 

A Polícia Federal irá conferir a confiabilidade de sites eletrônicos que serviram de base para as informações passadas pelo presidente Jair Bolsonaro na live.

Fake News e transmissão na internet, Bolsonaro associa vacina à Aids 

As fakes news cada vez mais visíveis e, como sempre, danosas tomaram proporções ainda maiores. Bolsonaro divulgou durante uma live nas redes sociais em 22 de outubro do ano passado a “informação” de que as vacinas contra a Covid tinham relação com a Aids. A notícia falsa divulgada pelo presidente foi desmentida pelo Fato ou Fake, especialistas e outras plataformas que, após a checagem nas horas seguintes, retiraram a live do presidente do ar. A live de Bolsonaro foi tirada do ar por Facebook, Instagram e YouTube por conter informação falsa. 

Durante a transmissão, o presidente informou relatórios oficiais do Reino Unido que supostamente sugeriram que as pessoas totalmente vacinadas contra a Covid-19 estariam desenvolvendo o vírus da Aids de forma rápida. A afirmação é falsa, já que não há relatório oficial do respectivo país que faça tal associação.

Logo na semana seguinte, Antônio Barra Torres, presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reforçou que as vacinas utilizadas no Brasil são seguras e que não há aumento de propensão de ter outras doenças. 

Críticas a Procuradoria-Geral da República e notícia-crime

O inquérito foi aberto pelo ministro Alexandre de Moraes que criticou a Procuradoria-Geral da República por conta da mesma ter informado a abertura de uma apuração interna. 

Segundo Moraes, não cabe à Procuradoria-Geral da República a abertura de apuração interna por conta do Supremo ter sido provocado a partir de uma notícia-crime contra o chefe do executivo e afastar a supervisão judicial.

O ministro ainda informou que é preciso fazer a apuração entre a fake news e a suposta organização criminosa investigada pelo Supremo que envolve aliados do presidente Jair Bolsonaro. 

Deixe um comentário Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

MAIS PROCURADOS

Sair da versão mobile