Economia
Número de famílias endividadas aumenta e inadimplência teve recuo
CNC aponta que o país encerrou 2021 com número recorde de famílias endividadas De acordo com a pesquisa, o percentual de lares com dívidas subiu para 76,3% em dezembro.
Em comparação com o ano de 2020 a inadimplência das famílias brasileiras teve um leve recuo, entretanto, a pesquisa apontou que o percentual de lares com dívidas subiu para 76,3% em dezembro. De acordo com o apontamento, sete em cada dez famílias contraíram dívidas no ano passado.
O nível de endividamento médio das famílias brasileiras no ano de 2021 foi o maior em 11 anos. A pesquisa foi divulgada na terça-feira(18) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o levantamento, no último ano foi apresentado um recorde do total de endividados, registrando a média de 70,9% das famílias brasileiras, enquanto em dezembro alcançou um total de 76,3% do total de famílias endividadas, o que é um patamar máximo histórico já registrado pela CNC.
Em outras palavras, são 7 em cada 10 famílias que contraíram dívidas no ano de 2021, seja qual for a natureza da dívida. Enquanto que, em 2020, o nível médio de endividamento foi de 66,5%.
A CNC destacou que: “Em 2021, observou-se aumento de 4,4 pontos percentuais no número médio de famílias com dívidas em pelo menos uma das principais modalidades – cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro e financiamento de casa, entre outras”.
A inadimplência teve um leve recuo de acordo com a pesquisa do CNC
Mesmo com o aumento de endividados no país, o percentual médio apresentou que as famílias inadimplentes (com contas ou dívidas em atraso) diminuíram de 25,5% em 2020 para 25,2% em 2021.
A CNC disse que no último trimestre do ano o indicador de contas em atraso ficou acirrado, o que indicou uma alta tendência para o início de 2022. O percentual em dezembro alcançou 26,2% ante a 26,1% em novembro. O nível recorde no percentual no indicador ocorreu apenas em agosto de 2020 com um patamar de 26,7%.
Enquanto que, o percentual de famílias que declaram não ter condições de pagar suas dívidas e que devem permanecer inadimplentes teve recuo de 11% em 2020 para 10,5% dos lares no país na média em 2021.
A leve alta no comprometimento médio da renda com o pagamento mensal das dívidas teve uma média de 30,2% no ano contra um total de 30% em 2020.
Um dos principais causadores de dívidas continua sendo o cartão de crédito.
O uso do cartão de crédito continua sendo o principal motivo de endividamento de famílias
O cartão de crédito continua sendo o tipo de dívida mais citado pelas famílias brasileiras, o que alcançou um patamar de 82,6% na média anual. O que ocupa o segundo lugar é o carnês de lojas que contempla um total de 18,1% de acordo com as famílias e em terceiro, o financiamento de carro por 11,6%. Na sequência, o financiamento de casa e o crédito pessoal (9,1% e 9% respectivamente).
Mas, o aumento de endividamento das famílias teve diversos fatores diferentes para cada tipo de faixa de renda.
De acordo com o relatório, a inflação provocou maior endividamento entre as famílias de baixa renda, pela necessidade de recomposição dos rendimentos. Enquanto que, as famílias consideradas mais ricas, a demanda represada foi o fator causador, por conta do consumo de serviços que fez o endividamento aumentar utilizando-se ainda mais o cartão de crédito.