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Nível do Cantareira em 2022 pode chegar à 17%

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A nova previsão do governo federal indica que o nível do Cantareira pode chegar a 17% em abril de 2022. Projeção do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) considerou chuvas abaixo de 50% da média

De acordo com o hidróloga, “Nem no pior cenário imaginamos essa situação do Cantareira”. O reservatório conta com o menor nível em 5 anos e a projeção realizada pela Cemaden considerou chuvas de até 50% abaixo da média, mas o déficit de novembro é de 78,2%. Por isso, tem preocupado muitos especialistas.

A última projeção indica que o Sistema Cantareira pode chegar a 17% de sua capacidade em abril de 22 caso as chuvas no local fiquem 50% abaixo da média.

Apesar de ser uma projeção pessimista dentre os cenários imaginados, a projeção é ainda melhor do que o que tem acontecido na prática. A primeira quinzena de novembro costuma ser o quarto mês mais chuvoso na região, mas o volume de chuva ficou 78,2% abaixo da média.

Entretanto, na sexta-feira (18), o Cantareira operava com cerca de 26,3% de seu volume, menor nível desde março de 2016.

Pesquisadores e Hidrólogos preocupam-se com a situação do Cantareira

De acordo com a pesquisadora e Hidróloga do Cemaden, Adriana Cuartas, “a situação é preocupante” de acordo com a mesma, “é preciso ficar de olho constante e estar preocupado já que, estamos vivendo tempos de mudanças climáticas. Outubro choveu acima da média, mas novembro está seco. É uma época de extremos. O clima está muito instável e as pessoas têm de ter consciência disso”.

Um dos principais motivos para que seja difícil fazer projeções corretamente é a instabilidade do clima. Por isso, as projeções realizadas pelo Cemaden são atualizadas mensalmente. Entretanto, por mais atualizações que façam. O cenário real é ainda pior.

“Desde 2013, o sistema Cantareira nunca ficou com volume de 100%. O nível do reservatório tem estado cada vez mais seco e em níveis preocupantes.”, afirma Adriana Cuartas em entrevista.

Especialista em gestão de recursos hídricos e professor de pós-graduação em ciência ambiente afirma que a situação atual é pior que a de 2013.

Mesmo com as obras de transposição e um manancial para o outro feitas pela Sabesp desde a última crise, há possibilidade de não ser suficiente. Na sexta-feira (19), o volume total de reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo é de 37,2%, no mesmo dia de 2013, sem as obras da Sabesp, havia mais água, cerca de 45,4%.

O especialista em gestão de recursos hídricos e professor de pós-graduação em ciência ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Luiz Côrtes, disse que: “As últimas previsões do Cemaden são muito preocupantes e confirmam os prognósticos climáticos anteriores que alertavam para a gravidade da crise hídrica. Com o padrão de chuvas seguindo o ano de 2013/2014, ano que antecedeu a crise hídrica anterior, chegaremos ao mês de abril de 2022 com um nível em torno de 23%. Entretanto, este ano tem sido mais seco do que 2013, o que indica que um nível abaixo de 20% poderá ser alcançado pelo Sistema Cantareira.”.

Por isso, cada vez mais tem-se falado da conscientização do uso da água e a situação atual tem preocupado mais do que o habitual.

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