COVID-19
Justiça determina quebra de sigilo de prontuários de atores e jornalista que morreram de Covid na rede hospitalar Prevent Senior
A Polícia quer comparar os prontuários da mãe de Luciano Hang e do médico Anthony Wong para entender porquê a empresa omitiu a Covid-19 como causa da morte em algumas certidões e em outros casos, não. A Justiça de São Paulo determinou a quebra de sigilo de prontuários de cinco pacientes da Prevent Senior que morreram em decorrência da Covid-19. A decisão atendeu o pedido feito pela Polícia Civil.
Entenda por que a Polícia Civil pediu a quebra de sigilo de apenas cinco pacientes da rede Prevent Senior
No inquérito é investigado a operadora de saúde por diversas irregularidades. Os pacientes que terão a quebra de sigilo de seus prontuários são os atores Gesio Amadeu, João Acaiabe, o jornalista Orlando Duarte, o médico Anthony Wong e Regina Hang, mãe do empresário. Os cinco morreram em hospitais da Prevent Senior.
O principal objetivo dos investigadores é entender por que no caso dos atores e do jornalista constava a Covid-19 como a causa da morte no atestado de óbito, diferente do observado nas certidões do médico Anthony Wong e Regina Hang, em que a informação foi omitida.
Em nota, a Prevent Senior diz que todas as informações serão passadas às autoridades
De acordo com a operadora, “Nos dois casos citados (Wong e Hang), não houve omissão da existência de Covid-19 nos prontuários. As notificações às autoridades públicas foram feitas normalmente”. O inquérito policial do caso está em andamento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Atualmente conduzido pelo delegado Laercio Ceneviva, recém-empossado como titular da 1ª Delegacia de Repressão de Crimes contra a Liberdade Pessoal. Anteriormente, o delegado Rafael Cocito ocupava o cargo interinamente.
A Polícia Civil ainda investiga os dirigentes e médicos responsáveis pela distribuição do “kit covid” a pacientes. Em outra ocasião, dirigentes da Prevent Senior alegaram que seus médicos têm autonomia para prescrever o tratamento aos pacientes, mas os médicos entrevistados pela GloboNews alegaram, que, na verdade, eles eram obrigados pela empresa a entregar o kit composto por medicamentos cientificamente comprovados de sua ineficácia contra a doença.
Nas próximas semanas será analisado mais irregularidades cometidas pela operadora de saúde
Até o momento, a polícia já ouviu no DHPP junto com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o diretor da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior; o dirigente, que é médico e negou que a operadora tenha cometido irregularidades no tratamento de pacientes com covid.
Nas próximas semanas é esperado o agendamento de depoimentos de médicos que denunciaram a operada, como os que fizeram um dossiê para denunciar à CPI da Covid no Senado as supostas irregularidades cometidas pela empresa, além de pacientes e familiares de pacientes.
Há outra mudança nas investigações que envolvem o Inquérito da Polícia Civil que apura se a Prevent Senior cometeu o crime de falsidade ideológica por não mencionar a Covid em certidões de óbito do médico pediatra, Anthony Wong e de Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang. Os prontuários dos pacientes e os atestados já foram entregues à polícia e ao Ministério Público de São Paulo.
A operadora de saúde irá suspender o uso do kit covid e aguarda novas informações sobre o caso.