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Ironização a tortura e deboche para a Justiça – Presidente da Fundação Palmares demonstra desrespeito

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O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, usou o Twitter neste domingo (24) para rir e ironizar a ordem de um juiz para que ele explique se um post com menção à tortura é uma “confissão pública de coação moral e/ou física”.

Na rede social, Sérgio Camargo, postou hoje emojis de risos junto ao print da reportagem do UOL que noticia a decisão judicial.

Entenda o comportamento do presidente da Fundação Palmares perante a justiça

Sérgio Camargo colocou na rede social, “Vai ter tortura, sim! Muuuuwhahahaha”, mais tarde ainda escreveu: “Cansei de torturar. Tédio. Vou levar à forca e resolver logo a parada!”, com emojis de boneco piscando o olho e de joinha. “Justiça inquirindo, via mídia paulo freiriana, se isso é uma confissão 3 … 2 … 1″, completou.

Na quinta-feira(21), Cargargo escreveu no Twitter: “Vou torturar sim, já que não posso nomear. Black Ustra!”. O post foi acompanhado novamente de emojis de risos e de ‘joinha’. Pouco tempo depois, a publicação teria sido apagada.

Camargo, afirmou ter retirado a postagem “em respeito à memória do coronel Brilhante Ustra. Mas as torturas seguem firmes na Palmares”, “Amanhã tem mais!”, escreveu ao lado de emojis de risos.

Conheça quem é o coronel Carlos Brilhante Ustra, citado em perfil de Sérgio Camargo e as proibições que a Justiça do Trabalho aplicou a Sérgio Camargo

O presidente da Fundação Palmares se referiu ao coronel Carlos Brilhante Ustra, que era um ex-chefe do DOI-Codi de São Paulo, um dos principais centros de repressão do Exército durante a ditadura militar, acusado de ter comandado torturas a presos políticos. Ele faleceu em 2015, em Brasília, por problemas de saúde.

A postagem fazia menção ainda a uma decisão anterior da Justiça do Trabalho que afastou Sérgio Camargo de atividades relativas à gestão de pessoas da Fundação Palmares desde 11 de outubro.

Ele ficou proibido de:

  • Promover nomeações; exonerações, concessões de função gratificada, cancelamentos ou contratações de empresas terceirizadas.
  • Proibido de praticar atos de cyberbullying, com comentários de assédio, perseguição e intimidação por meio das redes sociais.

A Justiça do Trabalho atendeu apenas parcialmente o pedido do Ministério Público do Trabalho para que Camargo fosse afastado da presidência da Fundação Palmares devido a assédio moral contra funcionários.

A explicação sobre o post de quinta-feira deve ser dada no prazo de cinco dias, diz o documento da Justiça. Foi solicitado também para o Instagram que todas as mensagens postadas tanto pela Fundação Cultural Palmares quanto por Sérgio Camargo sejam fornecidas, inclusive as que tiverem sido excluídas.

Sérgio Camargo não cansa de se meter em polêmicas e com a Justiça

Pelas redes sociais, Sérgio Camargo afirmou ainda ter sido “afastado do cargo durante três meses, poucos dias após a posse na Palmares, por causa das minhas opiniões antivimistas e postura de negro livre, contrário aos vagabundos do movimento negro e sua agenda racista e degradante           . Ele diz ter sido ‘censurado pela Justiça’, e “sem novidadades”. O mesmo disse não ter sido notificado da decisão. As audiências de instrução do processo vão ser realizadas no início de dezembro deste ano, informou o Juiz.

Não é a primeira vez que o presidente da Fundação Palmares está envolvido em polêmicas e com assuntos na Justiça, ele minimiza as causas raciais chamando-os de vitimistas e, inclusive, vagabundos. O que tem ocasionado nas críticas cada vez mais fortes de sua gestão na Fundação.

O presidente até então, só demonstra desrespeito não só com a dor alheia quanto ao racismo sofrido no Brasil quanto às autoridades jurídicas do país.

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