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Família de Moïse ganha concessão para gerir quiosques que terão memorial em homenagem ao congolês

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A família do congolês Moïse, brutalmente assassinado em um quiosque do Rio de Janeiro, ganha concessão do quiosque. O objetivo é transformar quiosques em centros de referência da cultura africana. No sábado (5) manifestantes compareceram ao local a fim de cobrar por justiça e lutar contra a xenofobia e racismo.

A família do congolês Mo6ise Kabagambe, brutalmente espancado até a morte em um quiosque na orla da praia da Barra da Tijuca, aceitou uma proposta feita pela Prefeitura do Rio de Janeiro para que passe a gerir o quiosque que será transformado em memorial. Outros quiosques também serão transformados em memoriais.

A informação foi confirmada pelo advogado da família de Moïse, Rodrigo Mondego. Através da Secretaria Municipal da Fazenda, a Prefeitura do Rio de Janeiro divulgou que pretende fazer um memorial que homenageia a cultura congolesa e africana nos quiosques Biruta e Tropicália, palco do covarde assassinato de Moïse a pauladas.

Através de uma nota divulgada, a Prefeitura do Rio de Janeiro informou que foi suspenso o contrato de concessão dos quiosques com os atuais operadores durante a investigação do bárbaro crime. E que “caso se comprove que eles não têm qualquer envolvimento no crime, A Orla Rio discutirá a transferência para outro espaço”.

A prefeitura ainda completou na nota que “Caso contrário, o contrato será cancelado. Ainda não há prazo para a execução do projeto. Neste momento a Prefeitura está conversando com a família”.

Manifestação

No sábado (5), foram realizadas manifestações no local e em outras cidades do país, com os manifestantes cobrando por justiça e ainda lutando contra o racismo e xenofobia.

Com a decisão da Prefeitura do Rio de Janeiro em transformar o local em um memorial, o objetivo principal é promover uma maior integração social e econômica dos africanos que se refugiam na cidade. O governo local também reafirmou o compromisso da cidade em promover oportunidades para todos. Esta ação será fechada em parceria com a Orla Rio, que é a concessionária que opera os quiosques.

Pedro Paulo Carvalho, secretário municipal de Fazenda, informou que a transformação do quiosque é um meio de reparar a família por sua perda e que será um espaço público de lembrança para que este tipo de brutalidade não seja esquecida e que nem se repita.

O secretário ainda fez questão de acrescentar que a gestão de um dos dois quiosques será realizada pela família de Moïse e que as oportunidades de empregos em ambos os quiosques serão preferencialmente a refugiados africanos residentes na cidade.

também ressaltou que haverá uma parceria da prefeitura e Orla Rio com o Sesc/Senac e com outras organizações sociais, a fim de criar um programa que visa trienar e capacitar os imigrantes que forem atuar no setor de alimentação.

As mudanças que estão dentro da previsão englobam uma reforma na arquitetura dos quiosques de modo a serem transformados em espaço de celebração da cultura africana, sendo ainda um ponto de referência com comidas, música e artesanato típicos.

Além disso, toda a concepção e execução desse novo projeto serão efetuados por profissionais negros.

O espaço poderá ser usado para exposição de arte, bem como diversas apresentações musicais que sejam típicas. O local também será propício para que sejam realizadas feiras de artesanato.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, celebrou a criação desse memorial na manhã de sábado (5), afirmando “E a melhor notícia: a família passa a ser a nova concessionária do Quiosque! Não a banalização da barbárie!”

Moïse tinha 24 anos de idade e veio para o Brasil como um refugiado no ano de 2014, juntamente com sua mãe e irmãos. Trabalhava no quiosque e foi vítima das agressões que o levaram à morte por cobrar o pagamento por seus serviços, que estava atrasado.

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