COVID-19
Expectativa de vida do brasiliense cai, em média, 3 anos por conta da Covid-19
Apesar do vírus ter afetado todas as classes sociais, a mortalidade atingiu pessoas de baixa renda no Distrito Federal. A diferença está entre mulheres ricas e homens pobres que vivem, em média, 83 anos e, eles, 69.
Mortalidade da Covid-19 impactou a expectativa de vida dos brasilienses
Em Brasília teve uma alta taxa de mortalidade por conta da covid-19 que impactou de forma negativa a expectativa de vida dos brasilienses ocorrendo uma redução de 1 e 3 anos. Segundo o estudo divulgado pela Universidade de Brasília, o Observar DF, a emergência sanitária abriu ainda mais o abismo entre as classes sociais na capital do país. As mulheres ricas, por exemplo, do Distrito Federal passaram a ter expectativa de vida média de 83 anos no ano passado. Enquanto que as mulheres de baixa renda, sofrem uma redução de vida em 76 anos. Em relação aos homens que residem nas regiões mais pobres, o indicativo é ainda menor, com expectativa de vida de 69 anos, cerca de oito anos menos do que aqueles que moram em áreas nobres do Distrito Federal.
O estudo aponta que, no ano de 2020, a taxa de mortalidade por covid-19 nas regiões de médio e baixo poder aquisitivo foi de 4,5 vezes maior que nos locais de alta renda para as idades entre 20 e 39 anos.
Pandemia é responsável por tamanha redução significativa na expectativa de vida
No ano de 2021, a diferença caiu para 2,7 vezes e correu para diversos grupos etários, de 3,8 para 2,4 vezes entre as idades de 40 a 59 anos; e de 3,3 para 1,7 entre as idades de 60 a 79 anos. Apresentando um risco de morte elevado nas regiões de baixa renda do que nas de alta. Havendo uma maior mortalidade entre a população jovem adulta nessas condições. O que demonstra um reflexo da maior exposição desse grupo, já que são pessoas que não puderam ficar em casa e tiveram de trabalhar e se expor ao transporte público lotado.
O que também aumentou as desigualdades sociais se refere aos acessos a serviços de atenção à saúde de qualidade. Segundo a PDAD-2018 (Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio) anunciado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), cerca de 64% da população residente não possui plano de saúde, já nas regiões administrativas de baixa renda, o percentual é de 90%. Sendo o único acesso ao Sistema Único de Saúde que está enfrentando superlotação.
Variante ômicron possui alta de transmissibilidade
Em março de 2020 e dezembro de 2021, ocorreram duas ondas que marcaram uma evolução da morbidade e da mortalidade por Covid-19 no Distrito Federal. Entre março e maio de 2021, com o pico das ondas, a capital chegou a atingir a marca de 120 óbitos diários. No final do ano passado, entretanto, ocorreu uma terceira onda de casos que surgiu devido a variante ômicron. E, apesar de ser diferente, houve aumento das infecções por Sars-Cov-2 não tem sido acompanhado pela alta expressiva de mortes ocasionadas pelas complicações da covid.
Os especialistas afirmam que esse fato se deve à cobertura vacinal que, mais de 70% da população adulta possui a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
A taxa de transmissão está em 1,26. Em outras palavras, a cada grupo de 100 infectados pelo novo coronavírus, ele pode infectar outras 126 pessoas. O balanço divulgado na terça-feira(8) pela Secretaria de Saúde registrou mais de 4.620 casos da doença no DF. E, desde o início da pandemia, houve 644.626 notificações positivas do novo vírus na capital. O quantitativo apresentou 11.243 mortes por complicações do vírus, com taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva na rede pública em 91,18%. Segundo os dados, ao menos 500 mil pessoas não tomaram a dose de reforço.