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Escolha do governo brasileiro para próximo CEO da Petrobras se retira, dizem fontes
O consultor de energia Adriano Pires desistiu da indicação do governo brasileiro para assumir o comando da Petrobras, disseram duas fontes à Reuters na segunda-feira, já que o mais recente plano de sucessão da estatal de petróleo parece ter desmoronado.
As mudanças na Petrobras
A decisão de Pires veio um dia depois que o magnata do futebol Rodolfo Landim recusou uma indicação para presidir o conselho da Petróleo Brasileiro SA (PETR4.SA), como a empresa é formalmente conhecida.
Pires havia sido escolhido pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro como o próximo presidente-executivo da Petrobras em 28 de março, após divergências entre o líder de extrema-direita e atual CEO Joaquim Silva e Luna sobre a política de preços de combustível da empresa. consulte Mais informação
O governo agora precisará se esforçar para encontrar substitutos adequados para os dois primeiros lugares da Petrobras poucos dias antes de sua assembléia anual de acionistas de 13 de abril. A Petrobras não respondeu a um pedido de comentário, nem Pires.
A decisão de Pires de desistir do cargo de chefia da Petrobras foi noticiada nesta segunda-feira pelo jornal O Globo. As ações preferenciais da Petrobras caíram 1% após a publicação do artigo de O Globo, mas depois recuperaram suas perdas.
A indicação de Pires vinha enfrentando obstáculos internos relacionados à conformidade na Petrobras, já que sua consultoria, a CBIE, com sede no Rio de Janeiro, aconselha empresas que fazem negócios com a Petrobras, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.
Um comitê interno de conformidade também recomendou que Landim não se tornasse o próximo presidente por motivos de conflito de interesses, disseram as fontes, que pediram anonimato para discutir deliberações internas privadas.
Procurado para comentar, Landim disse que decidiu se retirar da nomeação da diretoria para dedicar toda sua energia ao Flamengo, clube de futebol do Rio de Janeiro do qual é presidente.
Em nota aos clientes, analistas do Itaú BBA do Brasil mantiveram sua classificação de “desempenho superior” nas ações da Petrobras, considerando o que descreveram como fundamentos fortes, mas disseram que a incerteza no topo criaria um ruído negativo.
“Essa incerteza em relação aos indicados para os cargos de presidente e CEO, surgindo tão cedo antes da próxima assembleia geral de acionistas da empresa, provavelmente provocará alguma volatilidade nas ações esta semana”, escreveram os analistas.
Bolsonaro contrata consultor amigo do mercado para chefiar a Petrobras depois de demitir o segundo CEO consecutivo
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro contratou um conhecido consultor acadêmico e de energia como o próximo chefe da estatal petrolífera Petrobras, encerrando efetivamente o mandato do atual CEO Joaquim Silva e Luna menos de um ano após sua nomeação.
Em comunicado na segunda-feira, o Ministério de Minas e Energia do Brasil anunciou a lista de membros do conselho que apresentará em uma assembleia de acionistas em abril, com Adriano Pires escolhido para o cargo de CEO e Rodolfo Landim, um conhecido magnata do esporte com significativo petróleo experiência, definido para ser o novo presidente.
A indicação é uma surpresa, já que Pires defendeu consistentemente as políticas de mercado na Petrobras que provocaram críticas de Bolsonaro. Nem a Petrobras, formalmente Petróleo Brasileiro SA (PETR4.SA), nem Pires responderam aos pedidos de comentários.
Luna, o atual presidente-executivo, assumiu as rédeas da Petrobras após a assembléia de acionistas de abril do ano passado, depois que seu próprio antecessor foi forçado a sair em meio a uma disputa sobre os preços domésticos dos combustíveis. Agora o próprio Luna está saindo por razões quase idênticas.
A Petrobras atrela seus preços domésticos de combustível em parte às taxas internacionais, que dispararam após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Consumidores e políticos reclamaram dos aumentos de preços, assim como Bolsonaro, que enfrenta a reeleição este ano e atualmente está atrás nas pesquisas.
Se abandonasse completamente sua política de preços de mercado, os investidores de mercado da empresa provavelmente iriam para as saídas e analistas dizem que pode haver escassez de combustível no Brasil.
A revista de notícias Veja havia noticiado a decisão de Bolsonaro na segunda-feira, dizendo que o governo anunciaria a mudança para substituir Luna dentro de horas, citando fontes do governo.
As ações preferenciais da Petrobras listadas no Brasil caíram quase 2% com as notícias, antes de se recuperarem em grande parte da queda. Pires – colunista, professor, consultor e cofundador do thinktank brasileiro CBIE – defendeu consistentemente políticas de preços orientadas para o mercado e defendeu a privatização da Petrobras.
Em uma coluna para o blog financeiro Brazil Journal no início de março, ele criticou a empresa por proteger os consumidores da recente volatilidade dos preços internacionais. Ele tem defendido a ideia de um fundo, financiado pelo governo, que proteja os consumidores da volatilidade dos preços em determinadas situações, sem prejudicar a Petrobras ou seus acionistas.
“Pires é reconhecido pelo mercado como uma nomeação que não romperia com as transformações operacionais e financeiras ocorridas na empresa desde meados da década anterior”, escreveu Ilan Arbetman, analista de pesquisas da Ativa Investimentos, em nota ao clientes.
Fonte/Crédito: Reuters