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Crise em São Paulo: Gerações da mesma família estão nas ruas

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A crise econômica e sanitária têm afetado três gerações da mesma família no estado de São Paulo e a situação de rua é preocupante. 

 

Crise leva ao menos três gerações da mesma família para as ruas da capital 

Sem trabalho e dinheiro para o aluguel, famílias com bebês estão vivendo nas ruas próximas à rodoviária do Tietê, a maior da América Latina, em São Paulo. Um dos casos envolve mãe e filha em uma barraca embaixo de um viaduto.

Em reportagem do G1, Caroline Silveira, de 24 anos, passava entre os carros parados em um farol da avenida Cruzeiro do Sul, em Santana, zona norte da cidade, para “manguear”. Na barraca na calçada, dormia uma de suas duas filhas, uma menina de um ano e nove meses. Manguear é nada menos ou nada mais do que pedir dinheiro, emprego, comida, leite, fraldas, brinquedos, roupas ou qualquer material/auxílio que possa amenizar a situação de rua que sua família se encontra.

No caso da família dela, são ao menos três gerações de mulheres sob a mesma barraca embaixo do viaduto por onde passa o metrô, sendo ela, suas duas filhas e sua mãe(42), grávida de oito meses. 

As mulheres foram parar às ruas pouco mais de um ano, depois que Caroline e sua mãe perderam seus empregos. Sem dinheiro para o aluguel, a família foi despejada da casa onde vivia. 

Carole era faxineira em eventos na Zona Norte e sua mãe produzia adereços e fantasias em uma escola de samba, mas ficou sem serviço quando o Carnaval foi cancelado.

Auxílio do governo é pouco perante as necessidades das famílias

A família de Caroline recebe o Auxílio Brasil, programa do governo de Jair Bolsonaro(PL) que substituiu o Bolsa Família, o valor é de R$ 400,00, mas não dá conta de todas as necessidades do cotidiano, principalmente por conta das duas crianças pequenas e uma mulher grávida. Com gás custando quase R$ 100,00 e o quilo de carne R$ 40,00, a situação retrata a crise econômica sob o governo Bolsonaro que ainda se agrava pela pandemia com o aumento de desemprego e inflação.

Ao todo, são milhares de despejos e tem crescido a situação de fome no país que soma com 12,9 milhões de desempregados, e o preço dos alimentos acumula uma alta de mais de 14,66% nos últimos 12 meses, de acordo com o IBGE.

Há decisões judiciais impedindo a remoção forçada de famílias na pandemia, mas os despejos cresceram nos últimos dois anos. De agosto de 200 até novembro de 2021, são 23,5 mil famílias despejadas no Brasil, de acordo com o levantamento da campanha Despejo Zero, lançado por organizações e movimentos sociais.

Censo 2021 e seus esclarecimentos sobre a população em situação de rua

A Prefeitura de São Paulo anunciou o censo da população de rua da cidade. Em 2021 havia um total de 31.884 vivendo nas vias públicas,sendo uma alta de 31% em comparação com 2019. De acordo com a pesquisa, 16,6% eram mulheres e 83,4% eram homens. 

Mas,  ainda sim, o Ministério Público solicitou esclarecimentos sobre a metodologia utilizada no censo já que, as famílias e pessoas que moram em barracos de madeira ou debaixo de viadutos não foram contabilizados e, por conta disso, a Prefeitura de São Paulo deverá prestar esclarecimentos dentro de 15 sobre como foi feito todos os procedimentos do censo 2021. 

Líderes de organizações e movimentos sociais acusam de subnotificação e alteração dos números já que, a demanda diária de pessoas atendidas aumentaram e acusam uma prefeitura que tenta “esconder” e deixa invisível essas famílias e pessoas em situação de rua.

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