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Chuvas no Cantareira fica abaixo do esperado para abril e preocupa especialistas

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Chuvas no Sistema Cantareira ficaram 84% abaixo do esperado para abril, apesar de especialistas demonstrarem preocupação, a Sabesp afirma que não há risco de desabastecimento.

Quantidade de chuvas no sistema caiu em 84% em abril

A quantidade de chuvas no sistema Cantareira em abril ficou 84% abaixo do esperado para o mês, segundo os dados da Sabesp. Até sexta-feira(29), o maior sistema de represas do estado de São Paulo registrou apenas 13,3 mm de precipitação e operou com 44,1% do volume ocupado pela água. 

Apesar da preocupação de especialistas, a Sabesp nega algum risco de desabastecimento na região metropolitana e informa que atualmente o Sistema Integrado opera com 58,6% da capacidade, nível similar, por exemplo, aos 59,2% de 2021, época que os volumes de chuva não foi tão alto, porém não ocorreu problemas no abastecimento da Região Metropolitana. 

Déficit de chuvas ocorreu nos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê

O desvio negativo de chuvas ocorreu também nos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê que, assim como o Cantareira, são os três principais responsáveis pelo abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo. 

No sistema Guarapiranga, por exemplo, choveu 15,8 mm ao longo de abril, o que equivale a 21,8% do esperado. Enquanto no Alto Tietê, a secura foi menor do que nos outros dois sistemas, entretanto, o nível de precipitação não chegou à metade do apontado pela média histórica de 91,5 mm. 

Segundo o professor Pedro Luiz Cortês, do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP (Universidade de São Paulo), as previsões climáticas já indicavam redução no volume de chuvas na Grande São Paulo, o que se confirmou posteriormente. 

Mas, de acordo com a avaliação de Pedro Côrtes, a situação ainda causa grande preocupação, já que a tendência é que o cenário se mantenha até o final de setembro. O que pode prejudicar o abastecimento no segundo semestre e também em 2023. 

Esse ano, o Cantareira está encerrando o mês de abril com o menor volume operacional desde 2016, quando registrou um percentual de 36,3% de ocupação por água. Este é o sistema que mais apresenta situação preocupante, de acordo com o especialista. 

O professor ainda explicou que entramos em um período de estiagem com nível menor do que o desejável para o sistema (45%. Sendo ideal que, no início de outono, estivesse pelo menos com 60% do seu nível, já que durante a estiagem esse nível pode baixar mais do que 30 pontos percentuais. 

No verão, os reservatórios dos sistemas Cantareira, Guarapiranga e Alto Tietê chegaram a aumentar de volume, mas não de forma suficiente para garantir o abastecimento da região durante o período de estiagem. 

Projeção do Cemaden indica que sistema Cantareira pode chegar a 9% de volume operacional no fim de setembro

De acordo com uma projeção divulgada pelo Centro Nacional de Monitoração e Alerta de Desastres Naturais, no início de outono/inverno indicava que o Cantareira poderia chegar a 9% do volume operacional no fim de setembro. 

O cenário crítico apontado pela instituição na última projeção ainda considerou chuvas 50% abaixo da média no sistema. Entretanto, para Adriana Cuartas, pesquisadora e hidróloga do Cemaden, a nova projeção poderá ser feita em breve, já que a situação apresentou-se fora da curva.

Mas, a pesquisadora ainda afirma que o cenário que aconteceu neste mês de abril é pior do que o pior cenário esperado pela Cemaden. Já que abril é o mês inicial do período mais seco que dura até setembro, ou seja, final do inverno e, mesmo que o nível do segundo maior sistema de abastecimento da região, Alto Tietê, tenha 60,7% de ocupação, a situação se torna preocupante já que a questão é como será mantido, se o déficit de chuvas persistir. 

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