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Brasil é o País com a Maior Queda do Dólar em 2022

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O levantamento realizado por uma empresa de dados financeiros (Economatica) indicou que o dólar teve um recuso de 6,2% frente ao real no ano de 2022, sendo o maior recuo dentre 25 países. Apesar dos números, especialistas dizem que a cotação vai variar durante o ano em virtude das eleições e do cenário fiscal.

Queda do Dólar

O país que teve a maior desvalorização do dólar no ano de 2022 foi o Brasil. Apontamento é feito pela Economatica, empresa de informações financeiras.

Na quarta feira (9) a moeda americana fechou com uma cotação de 5,22 reais, o que indica um acúmulo de queda de 6,2% no ano.

Depois do Brasil, os países em que o dólar sofreu mais desvalorização são:

– África do Sul: desvalorização de 4,55%

– Peru: desvalorização de 3,40%

– Chile: desvalorização de 3,05%

– Colômbia: desvalorização de 1,49%

– Dinamarca: desvalorização de 0,85%

– Canadá: desvalorização de 0,62%

– União Europeia: desvalorização de 0,33%

De acordo com economistas, os dois maiores fatores que justificam essa queda do dólar diante do real são o novo boom de commodities, matéria prima que o Brasil é grande exportador; e a grande alta da taxa básica de juros da economia (taxa Selic), que chegou a 10,95% quando da última reunião realizada pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).

Boom de Commodities

Os commodities como petróleo (75,8%), milho (57,5%), soje (39,1%) e minério (38,7%) acumularam uma grande alta no mercado internacional nos últimos 12 meses. Com isso, os preços estão sendo influenciados em razão da maior demanda mundial em meio à retomada da economia pós-pandemia.

A alta das exportações contribui para que mais dólar entrem no país, reduzindo, desta forma, a cotação da moeda norte americana.

Esse movimento também é favorável para o ingresso de capital estrangeiro na bolsa nacional, que tem um terço de suas ações vinculadas ao sertor de commodities.

Em janeiro de 2022 verificou-se que este fluxo atingiu a soma de 32,5 milhões de reais, de acordo com dados da B3 (Bolsa de Valores), o que corresponde a mais do que o dobro do valor verificado no mês de dezembro do ano de 2021 (14,5 bilhões de reais).

Taxa de juros do Brasil

O aumento da taxa Selic tem sido um fator de atração de estrangeiros para investimentos em renda fixa.

Após a última decisão do Copom o Brasil passou a ter o maior juro real – descontada a inflação – do mundo. O Banco Central já manifestou que deve ocorrer pelo menos mais um aumento da taxa na próxima reunião que se realizará no mês de março de 2022.

Quando a taxa Selica tem alta, ela eleva os juros que são pagos em investimentos de renda fixa, fazendo com que haja um aumento na procura externa por esses papéis. Com este fenômeno, mais dólar entra no país.

Sobe e desce ao longo do ano

Os especialistas indicam, contudo, que haverá em 2022 muita volatilidade do câmbio frente às incertezas eleitorais e fiscais.

André Perfeito, economista chefe da Necton Investimento, explica que “O preço da commodities deve continuar num patamar adequado. E lembrando que o Brasil é um dos poucos países que têm um nível de reservas bastante adequado. Então juro em alta, commodities em alta e reservas no patamar certo: não tem por que não vermos o real se apreciar ao longo deste ano”. Ainda, que “Obviamente esse processo de apreciação do real não vai ser sem tumulto, sem trovoadas. A gente vai ter um processo eleitoral presidencial bastante pesado ao longo de 2022. Ainda vai ter muita água para rolar embaixo da ponte”.

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