Economia
Banco Central declara que a inflação vai ultrapassar a meta pelo 2° ano seguido em 2022
O Banco Central pressupõe que a inflação deve ultrapassar os 4,7% estimados, podendo chegar a 7,1%. Esse aumento superou a meta de 5% para 2022.
Ultrapassagem da inflação estimada
A estimativa de inflação para este ano foi aumentada pelo Banco Central, passando de 4,7% para 7,1%, que é calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Desse modo, o BC confirma que a probabilidade de ultrapassar a meta é de 88% a 97%.
Segundo o Conselho Monetário Nacional, a estimativa de inflação para 2022 é de 3,5% e será considerada como cumprida se o valor variar entre 2% e 5%. A previsão de que essa meta pode ser ultrapassada foi constatada, nesta quinta-feira (24), no relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano. No ano de 2021 a inflação também ultrapassou a meta, uma vez que alcançou o valor de 10,06%, maior inflação nos últimos seis anos. A divulgação do Banco Central sobre o aumento da inflação, está pautada no reajuste dos combustíveis divulgado pela Petrobras. Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a guerra na Ucrânia levará o mundo a um período longo, pois a inflação está maior e o crescimento econômico menor.
Inflação e taxa de juros previstas
Desde o ano passado já era previsto o aumento da inflação pelos analistas do mercado. Pretendendo controlar a inflação e não ultrapassar a meta, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, Selic. Ela influencia todas as taxas de juros do país, visando controlar a inflação. Atualmente, essa taxa está em 11,75%, maior valor desde 2017.
Declaração do Banco Central
O BC afirma que com a guerra entre Rússia e Ucrânia, os valores das commodities (produtos básicos de origem agropecuária ou extração mineral) aumentaram novamente, principalmente, o preço do petróleo. Acrescenta que o maior motivo para o aumento da inflação que chega aos consumidores, no próximo trimestre, ocorre pelo preço do petróleo.O reajuste dos preços de produtos farmacêuticos, também devem ter importante contribuição, já que sofrem influência da inflação passada.
A instabilidade gerada pela guerra deve provocar, também, o aumento nos preços dos alimentos. O Banco ainda diz que a interrupção de produção de alguns produtos, por conta da guerra, tem colaborado para o aumento percentual da inflação e pode se agravar com a continuidade do conflito. No entanto, o Banco Central também declarou fatores que auxiliam para a redução da inflação, a exemplo, da queda do dólar, abaixo de R$5, bem como a diminuição do preço da energia elétrica, à vista da melhora das condições pluviométricas no país.
Estimativas para os próximos anos
De acordo com o Banco Central, é estimado para 2023 e 2024 uma inflação de aproximadamente 3,4% e 2,4%. Para 2023 a meta de inflação é de 3,25% e será considerada como cumprida se esse percentual variar de 1,75% a 4,75%. Já no ano de 2024, a meta é de 3%, estando em conformidade com uma variação de 1,5% a 4,5%.
PIB – Produto Interno Bruto deste ano teve melhoras
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), deste ano, o crescimento do Banco Central estava estimado em 1%. Assim, segue da projeção do mercado financeiro que era de 0,50% em 2022, estando abaixo da estimativa dada pelo governo que era de 1,5% neste ano. Com a melhora da pandemia desde o início do ano, espera-se também que a queda seja revertida. O BC ainda acrescentou que estima um cenário favorável para setores, como a agropecuária e atividades econômicas em processo de recuperação. Também avaliou que a parcela de empresários na indústria que apresenta escassez de matéria-prima está elevada.
A instabilidade no panorama atual com o aumento da inflação, continuam impactando as condições financeiras presentes, como também a atividade econômica futura.