Economia
Aceleração no aumento da taxa básica de Juros Selic e cenário econômico
Com o principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a Bovespa está em alta nesta quinta-feira (5) alçada pelo grande salto das ações da Petrobras por conta do balanço trimestral melhor que o esperado. Os investidores estão interessados na aceleração no aumento da taxa de juros Selic.
A Petrobrás atualmente está disparado, isso porque suas ações saltaram mais de 9% e as ordinárias estavam subindo acima de 10%, enquanto as ações da Vale recuaram em até 3%.
Ontem, a Petrobras apresentou lucro de R$ 42,9 bilhões no 2º trimestre e aprovou, inclusive, o pagamento de duas antecipações da remuneração aos acionistas, o que acarretou um valor total de até R$ 31,6 bilhões.
O resultado da Petrobras, de acordo com a análise da Ativa Investimentos, agrada por sua geração de caixa e, por conta disso, o mercado é positivo.
Mas, deve ser analisado também o cenário.
Cenário Brasileiro
Na véspera, o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central decidiu elevar a Taxa Selic de 4,25% para 5,25% ao ano. Este aumento é esperado pelos analistas do mercado financeiro.
Porém, o Copom disse em nota que fará outra alta de um ponto percentual na próxima reunião, prevista para os dias 21 e 22 de setembro.
Com isso, acredita-se que a Taxa Selic encerrará o ano acima do “juro neutro”.
O percentual de até 6,5% é entendido pelo Banco Central como juro neutro. Em outras palavras, o juro neutro é aquele que não acelera e nem mesmo desacelera a inflação.
O esperado pelo Comitê é que a taxa Selic suba até o fim do ano para além de 6,5% em linha do que é esperado no mercado financeiro.
Os patamares financeiros acima do neutro, conhecidos como juros restritivos, são voltados a contrair o consumo para controlar a inflação.
Apesar da equipe de XP Investimentos afirmar que a aceleração da taxa Selic é negativa para a bolsa já que o custo do capital das empresas irá subir mais rápido do que o previsto.
Entretanto, com os resultados da Petrobras o mercado irá reagir e com isso esperamos mais boas notícias.
O cenário político do país e seus riscos fiscais, a tensão entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) e planos do governo para parcelar os pagamentos de precatórios.
Os precatórios, portanto, terão de aguardar a decisão a seu favor. Os precatórios são aqueles que o ente público reconhece uma dívida com uma pessoa jurídica ou física. Enquanto a tensão entre o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) e o Supremo Tribunal Federal, há apenas a espera do que será decidido.
O que é a Taxa Selic?
A Taxa Selic ou apenas Selic é uma taxa básica de juros da economia. É esta taxa que influencia basicamente todos os outros juros brasileiros, isso inclui a cobrança de empréstimos e financiamentos, retorno de aplicações financeiras.
Por conta disso, a Selic vira notícia a cada 45 dias. Seja por conta de seu aumento, recuo ou estabilidade após a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central.
E por que a Selic vira notícia a cada 45 dias?
Por conta dessas reuniões do Copom que a Selic vira notícia. A cada 45 dias o Comitê se reúne para definir o “destino” da Selic, se aumenta, diminui ou fica estável da forma como foi decidido.
É comum, portanto, que muitos conheçam seu termo, mas não saibam o que significa.
Afinal, apenas instituições financeiras podem ter acesso aos títulos de negociações da Selic, ou seja, pessoas comuns não podem negociar sobre seus investimentos, ganhos ou perdas nesta taxa de juros.
Como necessidade básica de qualquer governo para pagar contas e ganhar dinheiro, a Taxa Selic subiu para 5,25% ao ano.
Desta forma, esperamos que a Selic tenha resultados satisfatórios com o mercado. Até agora, o juro neutro está apenas existindo, mas não acelerando ou desacelerando uma inflação que chega logo mais no mercado brasileiro.
O que não é, necessariamente, ruim.