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Não se preocupe, querida (2022) – Crítica do filme
O filme “Não se Preocupe, Querida” estreou no dia 22 de setembro desse ano, tendo como estrelas principais Florence Pugh e Harry Styles, sendo dirigido por Olivia Wilde, tendo 2h03 de duração. O filme ficou bastante conhecido por conta de suas polêmicas de bastidores e recebeu duras críticas em geral. Continue lendo aqui no Informação em Foco para saber mais sobre o filme.
Sinopse de Não Se Preocupe, Querida (2022)
A priori, o filme Não Se Preocupe Querida se passa na década de 1950, aproximadamente, onde uma esposa, Alice, interpretada por Florence Pugh, vive tranquilamente com seu marido Jack, interpretado aqui por Harry Styles, em uma espécie de condomínio. As mulheres vivem reclusas no condomínio, cuidando dos afazeres da casa e da comida, enquanto esperam seus maridos voltarem do trabalho. Todos os maridos trabalham no chamado Projeto Vitória, uma cidade utópica com intenção de mudar o mundo. No entanto, alguma coisa está estranha e só agrava a medida que uma delas começa a questionar o projeto em questão.
Expectativa e realidade
(ATENÇÃO! VÁRIOS SPOILERS DAQUI EM FRENTE)
Certamente toda a polêmica envolvendo Não Se Preocupe, Querida chamou a atenção para o filme, de um jeito ou de outro. A crítica em geral não perdoou, tecendo duras críticas a obra, afirmando que o filme era deveras ruim. Aliás, a nota dele no IMDb e no Rotten Tomatoes não foi boa.
Contudo, quando assisti o filme, devo confessar que, apesar do filme ter sim vários e sérios problemas, ele não é tão ruim assim como afirmam. Claro, a premissa dele é excelente, a ideia é incrível e tinha bastante potencial, porém, sem sombra de dúvidas, não foi muito bem executado.
Não Se Preocupe, Querida consegue entreter e prender até o fim, desperta a curiosidade para entender o que está rolando, pois fica evidente na narrativa que algo ali naquele lugar não está certo. O fato do filme conseguir entreter e prender devemos dizer que é um mérito.
Contudo, o filme se perde um pouco, pois parece tentar seguir diferentes linhas, mas não permanece de fato com nenhuma, no sentido de qual vibe de qual gênero quer passar. Além disso, ele não possui um fio condutor claro, o que pode causar alguma confusão até certo ponto.
É evidente e muito interessante o fato da obra retratar a questão do machismo e misoginia e a questão de repressão e submissão feminina, o que é uma discussão mega válida e importante. Isso fica claro não apenas na retratação da atmosfera “bela, recatada e do lar” dos anos 1950 representada ali, mas também ao final, quando se mostra que nada daquilo é uma realidade de fato e sim um projeto, encabeçado por homens, onde eles e suas mulheres ficam presos e ligados a uma espécie de máquina, que projeta toda uma realidade em suas mentes, a qual parece muito real.
O filme desenvolve quase nada as personagens, o que é uma pena, pois traria mais densidade e camadas. Mas, além disso, há algumas falhas de roteiro, entre elas o fato de que não rola muita explicação, mesmo que rasa, sobre como as personagens foram parar ali, como se conheceram, o que fazem, etc. Isso é muito brevemente explicado na cena do jantar com vários casais, onde Alice vai questionar os colegas ali e eles falam um pouco de como se conheceram, das suspeitas e excessivas similaridades entre as histórias dos casais e assim por diante.
Vale dizer que Florence Pugh carrega o filme nas costas com sua atuação sempre incrível. Aliás, se não fosse justamente por ela carregar o filme nas costas e fazer enquanto personagem, indiretamente, certas coisas que seriam papel da direção, aí sim o filme seria um completo fracasso.
O filme não dá elementos para que o público entenda o que realmente está acontecendo e, nesse caso, isso é um demérito. É claro que mistério e suspense são importantes, ainda mais num filme que se afirma um thriller, mas certas coisas precisam ser minimamente pontuadas, indicadas, contadas, o que não ocorre e, quando ocorre, é muito pouco. Isso é fundamental para que o filme consiga levar a narrativa ao seu plot twist, ao seu clímax e Não Se Preocupe, Querida não faz isso de maneira consistente e nem suficiente.
Não se pode deixar de dizer que Não Se Preocupe, Querida tem um plot surpreendente. A solução do mistério ali é bastante interessante e trás sentido para diversas coisas, a detalhes que foram sendo pincelados no decorrer da história. Talvez, se trama tivesse sido melhor trabalhada, houvesse maior aprofundamento, tornaria tudo mais interessante.