Economia
Instituições Financeiras começam a elevar projeções mesmo com insegurança fiscal para dólar
Após a notícia político-fiscal doméstico na semana passada provocou revisões nas estimativas para o dólar ante o real. Em um momento em que a moeda norte-americana mostra força no exterior por expectativas de menor liquidez, conforme o banco central norte-americano, se prepara para agora, reduzir estímulos.
Banco Central do Brasil divulga a atualização semanal do relatório Focus que deve trazer mudanças nas previsões de variáveis macroeconômicas
O Credit Suisse passou a ver uma taxa de câmbio de 5,50 por dólar ao fim de 2021 e 2022, anteriormente, o banco calculava o dólar de 5,20 para ambos os períodos.
Pela instituição suíça, a piora veio na esteira de forte reação negativa do mercado financeiro à proposta negativa do governo de romper o teto de gastos, o que levou o dólar futuro a superar os 5,76 reais no pior momento.
A Necton Investimentos passou a ver também a cotação de 5,55 reais ao fim deste ano, acima da taxa de 5,40 prevista anteriormente.
O Santander Brasil ajustou na última quinta-feira (21) a sua estimativa para a taxa cambial. O dólar foi de 5,35 reais ao fim deste ano, acima do patamar de 5,25 reais da projeção anterior. Entretanto, a instituição financeira ainda conseguiu manter o prognóstico de 5,55 reais para a conclusão de 2022.
De acordo com a economista-chefe do banco, Ana Paula Vescovi, e seu time econômico no relatório: “Os ventos do exterior mudando de direção, riscos idiossincráticos continuam a pressionar os prêmios de risco e os ativos domésticos. Além de um aumento do risco global, incertezas persistem internamente no âmbito fiscal e no nível político-institucional, com a proximidade das eleições presidenciais”.
Mesmo com um Banco Central rígido ainda não seria suficiente para reverter a direção de alta do dólar contra o real
No relatório divulgado no fim da semana passada, Morgan Stanley foi categórico em dizer: “Fiquem vendidos em real”. Para os estrategistas da instituição, um Banco Central mais duro na política monetária não seria o bastante para reverter a direção de alta do dólar contra o real neste momento.
De acordo com os profissionais contidos no documento, “Notamos que as manchetes recentes mostram ruído fiscal à frente, como detalhes em torno da implementação do programa Auxílio Brasil a serem acertados entre o governo e o Congresso”.
Morgan chegou a recomendar a posição em “knock-out calls” em opções de dólar / real para três meses ATMF, ou seja, no dinheiro, com preço do ativo-objeto igual ou muito próximo ao do exercício).
Entenda o que é “Knock-out calls”, recomendação do Morgan Stanley
Knock-out calls é uma estratégia de opção com barreiras, como no caso de 5,90 reais por dólar. Na prática, a recomendação indica uma percepção de que o dólar pode se aproximar desse patamar. De acordo com os profissionais do Morgan, “É uma aposta com custo atraente numa trajetória de baixa do real nas próximas semanas”.
Com isso, o cenário financeiro-econômico poderá sofrer novas mudanças novamente.