Economia

Presidente do Banco Central diz que o país é um caso de destaque em inflação

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O Brasil foi o país que mais subiu os juros em 2022, sendo a Taxa Selic de 2% para 9,25% em dezembro de 2021.

Presidente do Banco Central

De acordo com o presidente Roberto Campos Neto, o Brasil foi o país que mais subiu os juros no ano de 2021, com a Selic passando de 2% para um total de 9,25% em dezembro. O presidente disse na quinta-feira(20) que a inflação está subindo no mundo inteiro, mas reconheceu ainda que o Brasil é um destaque. Enfatizando que a perceção das pessoas, é de alta de preços maior do que os indicadores mostram.

O presidente enfatizou que a curva de juros a longo prazo continua com muito prêmio, e muito disso tem a ver com o risco fiscal. Lembrando novamente que o Brasil foi o país que mais subiu os juros em 2021, a Selic de 2% passou para 9,25%.

Presidente do Banco Central diz que Brasil é um caso de destaque em inflação de emergentes

Em participação na Conferência Anual Latino-Americana do Santander, o presidente do BC disse que: “O Brasil é um caso de destaque em inflação de emergentes. Há uma onda de aumento de juros por diversos países. Agora, todos estão olhando o que os Estados Unidos irão fazer. A precificação de alta de juros nos EUA está aumentando, com Fed mais agressivo. Mas estamos vendo os mercados se acomodarem bem a esse cenário”.

A Conferência contou com a presença de diversos representantes para discussão do assunto.

A previsão de que o pico da inflação em 12 meses no Brasil seria em setembro, depois outubro e posteriormente, novembro, o presidente do BC argumentou que a “inflação em 12 meses no Brasil está perto do pico” e afirmou que as expectativas de inflação tem subido um pouco com preços de petróleo e o clima, mas o foco está na parte estrutural da inflação.

Mas, o Campos Neto não deixou de dizer que o estouro da meta em 2021 pela inflação importada, sobretudo no custo de commodities e combustíveis no mercado internacional, dizendo que se a inflação de energia no Brasil fosse igual à média de outros países, o IPCA seria menor que o CPI/EUA no ano de 2021.

Citando um leve superávit em 2021 quando o ajuste fiscal que o Brasil fez nos anos de 2020 e 2021 foi maior que o esperado pelos mercados, o que levou uma dinâmica da dívida que tornou o Brasil um grande redutor fiscal.

Inércia e monitorados, presidente do Banco Central explica as coeficiencias

Campos Neto ainda afirmou que a inércia inflacionária é maior quando a inflação é mais alta, considerando o mesmo coeficiente de inércia e, portanto, a questão é se o coeficiente teve aumento por conta da persistência da inflação. Ao rodar modelos, não há uma apresentação disso, mas, é reconhecido pelo presidente que, mesmo com o mesmo coeficiente, a inflação maior em 2021 traz mais riscos de contaminação para o ano de 2022.

A autoridade monetária, entretanto, tem dado atenção especial aos preços administrados que devem continuar crescendo neste ano. Sendo levado em conta o aumento de tarifas monitoradas, por exemplo, que tem sido menor do que o esperado e, caso tenha a reversão nesta tendência, com um número mais alto que o esperado, pode significar problemas. O presidente afirmou que “Olhamos isso Estado por Estado. A perspectiva é de que os preços administrados estão sob controle, mas há um grande grau de incerteza”.

Por conta disso, não é possível dizer de forma concreta o que acontecerá nos próximos meses em relação à inflação e suas facetas.

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