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Moro copia estratégia de Bolsonaro para conseguir eleitores no interior

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Sérgio Moro tem apostado em entrevistas a rádios do país como estratégia para conseguir votos no interior. Moro tem aparecido mais em redes sociais, onde anuncia as suas participações em entrevistas.

Sérgio Moro Estratégia para conseguir votos

O ex-juiz Sérgio Moro tem intensificado a sua agenda de entrevistas após se lançar como pré-candidato à Presidência da República pelo partido Podemos, ao qual se filiou. Apesar de estar muito presente em veículos de comunicação de maior projeção, Moro (ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro) também tem feito muitas aparições em entrevistas de rádio em cidades do interior do país como meio de angariar votos.

O jornal Estado de Minas fez um levantamento de dados e verificou que desde a filiação de Moro ao Podemos, em 10 de novembro de 2021, este concedeu mais de 25 entrevistas a rádios e outros veículos de comunicação do interior como Nortelândia (MT), Caruaru (PE) e Maringá (PR).

Esta estratégia do ex-juiz é muito similar à adotada por Jair Bolsonaro (PL) que passou a diminuir as exclusivas ao longo dos últimos meses, mas que também intensificou as conversas com a grande imprensa a partir do mês de agosto.

Redes sociais Sérgio Moro

A intensificação das aparições de Sérgio Moro pode ser vista no Twitter, rede social em que costuma noticiar as suas participações em atividades jornalísticas. Apurou-se que do mês de novembro em diante, Moro fez mais de 35 postagens com o fim de divulgar suas entrevistas, sendo que poucas se tratavam de exclusivas.

Porém, quando ainda era consultor na Alvarez & Marsal, chegou a mencionar participação em podcast que tratou de assuntos como combate à corrupção na América Latina.

Apesar dos esforços, Moro tem poucas intenções de voto, não conseguindo, ainda, atingir 2 dígitos. Segundo pesquisa realizada pela XP/Ipespe, Moro tem 8% de intenção de voto, estando empatado com Ciro Gomes (PDT). Na outra ponta temos, respectivamente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 44% de intenção de voto e Jair Bolsonaro, com 24%.

“Acredito que as rádios têm a capacidade de amplificação, fazer com que as propostas do nosso projeto cheguem a um maior número de pessoas”, afirma Moro. “O papel da imprensa, especialmente em ano eleitoral, é fundamental”, completou o ex-juiz em conversa com o Estado de Minas.

Sérgio Moro costuma anunciar entrevistas em programas matutinos, que é a faixa de horário de maior audiência das rádios em razão de as pessoas estarem em deslocamento para o trabalho e aproveitam o tempo para ouvir as notícias.

O cientista político Felipe Nunes, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria explica que “As pesquisas mostram que, no interior do país, as rádios locais ainda têm uma penetração muito grande. As pessoas confiam e gostam de ouvir. É uma maneira de ganhar visibilidade e de tentar chegar aos eleitores — principalmente os que não estão tão digitalizados”.

Na segunda feira (24), Moro atingiu extremos em sua estratégia, pois na parte da manhã respondeu a perguntas de uma emissora de Teresina/PI por vídeos e à noite compareceu a um estúdio em São Paulo para uma conversa com Monark e Igor “3k” Coelho, influenciadores do Flow Podcast, que é um programa muito popular no meio de jovens. Esta conversa teve uma duração de quase 5 (cinco) horas.

Deslize Sérgio Moro

Sérgio Moro ainda cometeu um deslize a ser aproveitado por adversários políticos quando deu uma entrevista a uma rádio de Mato Grosso, ao falar da Lava-Jato: “Como é que a gente pode defender um governo desse? Com pessoas [com fome] na fila de ossos, um governo que foi negligente com as vacinas, um governo que ofende as pessoas, um governo que desmantelou o combate à corrupção”, e completou: “Tudo isso por medo do quê? Do PT? Não. Tem gente que combateu o PT na história de uma maneira muito mais efetiva, muito mais eficaz: a Lava-Jato”. Ao perceber o deslize, Moro tentou consertar ao afirmar que a Operação Lava-Jato serviu para revelar “esquemas de corrupção e mostrou o que o PT verdadeiramente é”.

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