Governo
Ex-governador de São Paulo anuncia desistência da pré-candidatura à Presidência da República
João Doria enfrentou resistência interna no PSDB e de partidos aliados da terceira via. Durante o pronunciamento, o ex-governador diz estar com o coração ferido, mas estar com a alma leve perante a retirada da disputa presidencial.
João Doria anuncia desistência nesta segunda-feira
Ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou a desistência de sua pré-candidatura à Presidência da República nesta segunda-feira(23), na capital paulista.
O ex-governador enfrentava resistências internas do PSDB e de partidos da terceira via. Ele fez o pronunciamento na Zona Sul de São Paulo.
Durante o pronunciamento, Doria afirmou estar se retirando das disputas com o coração ferido, porém com uma alma leve”
A decisão do parlamentar foi anunciada um dia antes de a executiva do partido se reunir para definir como o partido irá se posicionar na disputa presidencial de outubro.
Durante o pronunciamento, Doria afirmou que o Brasil precisa de alternativa para oferecer aos eleitores, já que “não querem extremos”.
Presidente do PSDB defendeu uma candidatura única com MDB e Cidadania
Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, defendeu uma candidatura única com o MDB e Cidadania para as eleições que deverão ocorrer em outubro.
Segundo Bruno Araújo, há um entendimento de diálogo com o Cidadania e o MDB, o que dará um passo à frente em um programa que planejam, mas não possui nome ainda.
Momentos após a desistência do ex-governador, Simone Tebet(MDB) afirmou que aguarda contar com “sugestões” de Doria para o programa de governo dela.
Vitória e conflitos
Em novembro de 2021, Doria foi escolhido como pré-candidato do PSDB à Presidência da República ao derrotar, em eleição interna, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto.
Na ocasião, o ex-governador de São Paulo recebeu cerca de 53,99% dos votos, enquanto Leite obteve 44,66% e Virgílio 1,35%.
Desde a época, Doria se manteve como candidato, mesmo com os rachas internos no partido.
Em maio, dia 15, ele chegou a enviar uma carta ao presidente do PSDB em que afirmava não desistir da candidatura e que poderia judicializar a situação, caso fosse abandonado pela sigla.
Entenda melhor a terceira via
Apesar de ter realizado as prévias, o partido manteve contato com outras legendas, como o MDB e Cidadania, a fim de construir uma candidatura única de centro ao Palácio do Planalto, que tem sido chamada de “terceira via”.
Esta seria uma alternativa aos nomes do presidente Jair Bolsonaro(PL) e do ex-presidente Lula (PT).
Bruno Araújo tem dito que as articulações com outras siglas de centro ainda contaram com uma “anuência” de João Doria.
As conversas sobre a candidatura única da terceira via, entretanto, não avançaram. Na União Brasil, presidido pelo deputado Luciano Bivar (PE), que estava participando das conversas, anunciou a saída do partido do grupo.
Segundo Bivar, o União Brasil deverá ter candidatura própria no pleito das eleições de outubro de 2022.
O impasse dentro do partido e a indicação, através de pesquisas eleitorais, de uma disputa polarizada entre Lula e Bolsonaro fizeram com que o ex-ministro das Relações Exteriores e ex-senador Aloysio Nunes anunciasse apoio ao petista na disputa eleitoral.
Em uma entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Aloysio Nunes, que é um filiado ao PSDB afirmou que Doria não possuía apoio consistente dentro do próprio partido. Na mesma época, declarou que Lula é o candidato capaz de derrotar Bolsonaro. Dizendo que apoiaria o ex-presidente da República no primeiro turno das eleições.
Com isso, Dória divulgou uma nota em que esclareceu toda a situação, bem como afirmando retirar-se das disputas eleitorais com o coração ferido, mas com alma leve.