Governo
Bolsonaro alega que Ministro da Educação é alvo de covardia
Presidente da República diz que há pessoas sugerindo troca de Ministro da Educação. Em áudio divulgado na terça-feira, o Ministro diz favorecer os prefeitos indicados por pastores.
Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro dita a permanência do Ministro da Educação
O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu nesta quinta-feira, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que o atual Ministro da Educação, Milton Ribeiro deve continuar no cargo.
Na segunda-feira, o jornal “Folha de São Paulo” publicou um áudio em que o ministro Milton Ribeiro afirma dar preferência a municípios indicados por dois pastores e que o faz por atenção a um pedido de Bolsonaro.
De acordo com a reportagem, a declaração foi dita em uma reunião com os prefeitos.
Na semana passada o jornal já tinha indicado a existência de um “gabinete paralelo” de pastores que controlaria verbas e agendas do Ministério da Educação.
Apesar do áudio vazado, o presidente em transmissão ao vivo disse sobre colocar a cara no fogo pelo ministro, alegando que a atitude e o assunto atual é nada menos do que uma covardia praticada contra o ministro.
Entenda melhor quem é o ministro da Educação, Milton Ribeiro
Na quinta-feira, foi atendido um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a abertura de um inquérito para apurar as suspeitas de que Milton Ribeiro estaria favorecendo o pedido de pastores na liberação de recursos.
Durante a transmissão, Bolsonaro defendeu o ministro e seu respectivo trabalho, alegando que o caso já havia sido encaminhado aos órgãos de investigação antes de os áudios serem revelados. Bolsonaro também disse que há pessoas fazendo ‘pressão’ pela troca do ministro, entretanto, apesar das afirmações, não revelou quem são os pedintes de tal ação.
O presidente da República chegou a dizer também que se o ministro estivesse ‘armando’, não divulgaria a agenda oficial. Entretanto, de acordo com a Lei de Conflito de Interesses, os ministros de estado devem divulgar diariamente, através da rede mundial de computadores, internet, a sua agenda de compromissos públicos.
Bolsonaro afirmou que Ribeiro apenas tomou as devidas providências e que as alegações de que tinha “19 agendas”, se estivesse armando algo, não teria apresentado a agenda oficial ao público. E, sim, feito todas as providências ‘pedidas’ pelo presidente às escondidas.
Ministério da Educação em crise
Após a repercussão do áudio, pedido de favorecimento e um possível gabinete paralelo no ministério, o MEC enfrenta atualmente uma crise inesperada em um ano eleitoral acirrado entre diversos candidatos.
Apesar do presidente Jair Bolsonaro(PL) colocar a cara no fogo pelo Ministro, as investigações irão apontar o que, de fato, tem acontecido no órgão.
Identificando todos os pontos que forem necessários, vale lembrar que as falas de Bolsonaro não coincidem com a lei.
Ressaltando que a Lei de Conflito de Interesses informa que os ministros de estado devem divulgar suas agendas públicas, é questionável as preferências supostamente ditas e afirmadas entre os membros.
Apesar do áudio em que Ribeiro afirma os favorecimentos, Bolsonaro continua alegando que em nenhum ministério houve denúncias de corrupção dentro de seu mandato.
O inquérito irá apurar todos os detalhes da investigação, como áudios e os envolvidos para que seja esclarecido todos os pormenores da situação.
Mesmo com as investigações e demais alegações, Milton Ribeiro, continuará no cargo como ministro da Educação até segunda ordem.
Portanto, vale ressaltar que mesmo com todos “buzinando” para a troca do ministro da Educação, Bolsonaro se mantém inflexível quanto a este pedido já que, o mesmo, acredita que Ribeiro não cometeu algum ato infrator e tal confiança o faria colocar o próprio rosto no fogo por Ribeiro.