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Aumento do Auxílio Brasil não trará benefícios para Bolsonaro, apontam especialistas
O pacote de benefícios sociais com custo de R$ 41,2 bilhões tem sido defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Apesar do desejo de reeleição e a ligação entre liberar um novo valor no Auxílio Brasil e o aumento da popularidade do presidente, a medida poderá não trazer votos para o candidato como o esperado. Confira.
Pacote de Benefícios Sociais
Aprovada em dois turnos no Senado Federal, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que estabelece um Auxílio Brasil de R$ 600 traz outros gastos, como a ampliação do Vale Gás, voucher aos caminhoneiros de R$ 1 mil e auxílio aos taxistas e benefício aos idosos também foram incluídos.
A ideia dos apoiadores do governo Bolsonaro é elevar a popularidade do presidente ao investir em programas de assistência social. Um exemplo disso é que na época do Auxílio Emergencial, o governo fez parcelas de R$ 600 para mais de 60 milhões de brasileiros, a aprovação de Bolsonaro chegou a 50%.
Por conta disso, o pacote é visto como solução para subir as intenções de votos a favor do atual presidente. Atualmente, quem ocupa a primeira colocação nas pesquisas eleitorais é o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). O cidadão que ficou conhecido por sua relação amigável com a parte mais pobre do país.
Reeleição de Jair Bolsonaro
O risco de criar uma Proposta de Emenda à Constituição custa em torno de R$ 41,2 bilhões foi assumido pelo atual governo, mas apesar da ideia de aumentar a popularidade, a ação poderá não ter o efeito esperado. É o que diz o cientista político diretor da Quaest, Felipe Nunes, ao UOL.
Segundo as pesquisas mensais feitas pela empresa, há um resultado entre as pessoas que recebem o Auxílio Brasil e a análise apresenta que o atual governo é ruim. Cerca de 51% disse ter percepção negativa a respeito da gestão. Para aqueles que não recebem o benefício, o resultado é menor, cerca de 47% estão descontentes.
O cientista político chegou a citar que a evidência fica mais clara de que este tipo de política não funcionou para os efeitos eleitorais que o governo espera.
Mas, em contrapartida às propostas de benefícios, o governo precisa lidar com os escândalos recentes. Já que o caso de corrupção do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro tem sido recente e há provas contra o atual governo e seu até então aliado.
De acordo com Nunes, há reflexos fortes sobre a escolha dos eleitores. Mas, ele garante que não é possível dizer que Lula irá garantir a cadeira presidencial no primeiro turno.
Maior colégio eleitoral
O especialista analisou que se o presidente não conseguir virar o jogo em São Paulo com a mínima margem a frente do Lula, será difícil dizer que o cenário nacional seja diferente por conta das pesquisas atuais, já que sem vencer em São Paulo, o maior colégio eleitoral do Brasil, o PT foi capaz de ganhar (eleição presidencial) 2006, 2010, 2014. Pode-se imaginar o que significa se o PT tirar vantagem neste estado.
Por isso, os apoiadores do atual governo estão tentando aumentar sua popularidade com os cidadãos e famílias mais pobres através da criação e ampliação de programas sociais que afetam diretamente o acesso ao gás de cozinha e o dinheiro para auxiliar nas despesas e necessidades de alimentação e higiene básica.
Vale ressaltar que o Auxílio Brasil de R$ 600, ampliação do Vale Gás e a criação de um voucher para os caminhoneiros e auxílio a taxistas só serão aprovados mediante o respeito à Lei Eleitoral que proíbe tais práticas, ou seja, o governo precisa “driblar” esta lei para conseguir trazer a tona esses pagamentos e concessões.