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Filme: “Mr.Policeman” – Review

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No dia 4 de novembro estreou no serviço de streaming Prime Video o filme “Mr. Policeman“. Aliás, a obra já havia estreado nos cinemas no dia 21 de outubro, porém entrou recentemente no catálogo do Prime Video. Não obstante, o filme é estrelado por Harry Styles, Emma Corrin e David Dawson. Confira o review do filme adiante, aqui no Informação em Foco.

Filme: “Mr.Policeman” – Review. Créditos da imagem: Correio Braziliense/Reprodução

Sinopse de Mr. Policeman

Antes de mais nada, vale a pena fazer uma breve sinopse sobre o filme Mr. Policeman:

Trata-se de um filme de drama ambientado na Inglaterra dos anos 50, onde um policial, Tom (interpretado por Harry Styles) é homossexual e estabelece uma relação com o curador de um museu, Patrick (David Dawson é o ator responsável). Contudo, devido ao fato de viver em uma sociedade tremendamente homofóbica, na qual os homossexuais eram duramente reprimidos, ele resolve se casar com Marion, a fim de esconder e reprimir o que é e sente. Contudo, a relação entre o trio acaba sendo consideravelmente complicada.

Cabe destacar que dentro da trama de Mr. Policeman, o trio principal também aparece nos anos 90, ou seja, cerca de 40 anos depois e rememoram seu passado.

Mr. Policeman e a Inglaterra dos anos 50

A vida da comunidade LGBTQIAP+ não é fácil e nunca o foi, sobretudo em épocas mais antigas, como a época retratada em Mr. Policeman, a Inglaterra da década de 1950. Vale lembrar que a Inglaterra e o País de Gales criminalizaram a homossexualidade até 1967, enquanto a Escócia o fez até 1980 e a Irlanda do Norte até 1982.

O filme se inicia na década de 1990, onde Marion e Tom vivem na charmosa cidade de Brighton. Por insistência de Marion, eles recebem um homem doente em sua casa, alguém que havia sofrido um AVC recentemente, e precisava de cuidados. Tom se nega a ver e falar com o homem, que mais tarde descobrimos ser Patrick. Posteriormente, ao ler alguns diários de Patrick, o filme nos leva ao passado do trio, nos anos 1950.

O salto no passado

Nesse contexto, onde a sociedade era ainda mais machista, misógina e homofóbica que nossa época, a quantidade de pessoas LGBT que escondiam sua orientação sexual era bem grande. Tom, um policial, interpretado por Styles, se interessa por Patrick. Contudo, devido a já citada homofobia do período, mantém sua relação às escondidas.

Entretanto, devido a toda a pressão social, onde reina o machismo e a heterossexualidade compulsória e a instituição casamento é uma regra fortemente cobrada, Tom se sente pressionado e decide se casar com Marion. Patrick, a contra gosto, aceita. Assim, Tom vive uma vida dupla.

Patrick busca fazer amizade também com Marion e os três acabam tendo uma certa convivência. Entretanto, sem que Tom e Patrick percebam, Marion flagra os dois juntos, em um momento romântico. Ela fica mal e chora bastante, mas decide seguir sem contar nada.

A situação muda de figura quando Patrick resolve chamar Tom para acompanhá-lo em uma viagem de trabalho em Veneza. Detalhe: conhecer Veneza era o sonho de Marion. Quando Marion recebe um cartão postal de Tom, é a gota d´água: ela, anonimamente, resolve denunciar Patrick para a polícia, que o julga e o prende por “depravação”. No final do filme, Marion confessa a Patrick que foi ela quem fez a denúncia.

Ao descobrir, Tom se preocupa e acaba também confessando a Marion. Patrick tinha um diário e, por conta disso, descobrem que Tom tinha um caso com Patrick. Ele não é preso, mas é forçado a deixar a polícia.

Interessante, porém com falhas

Um ponto interessante, que não passa despercebido, é a fotografia de Mr. Policeman. Os tons azulados, cinzas, contribuem para dar ao leitor um ar de tristeza, de angústia, de uma dor interior e subjetiva aguda. Aliás, vale destacar que essa fotografia predomina sobretudo quando o filme retrata os anos 1990.

Emma Corrin segue excelente, como sempre, sendo capaz de transmitir todas as emoções de uma jovem esposa nos anos 1950, que é forçada, de certa forma, a aceitar aquela situação toda e permanece com o marido mesmo após descobrir que ele mentia para ela.

David Dawnson está ótimo no papel de Patrick, quiçá conseguindo se destacar ainda mais que Emma Corrin e logrando em transmitir as dificuldades de ser uma pessoa LGBT forçada a viver às escondidas.

Harry Styles, contudo, não tem uma atuação boa. Comparativamente em relação à sua atuação “Não se Preocupe, Querida”, ele está um pouquinho melhor, mas não muito. Segue com uma atuação fraca, descuidadada, por vezes quase caricata.

Em geral, o filme é interessante, consegue prender, possui uma coerência. Contudo, existem algumas falhas expressivas, que poderiam tornar o filme significativamente melhor. Faltou, na obra, um melhor desenvolvimento dos personagens, mostrar melhor as características, dores e delícias de cada um, dando uma maior profundidade a eles assim.

Além disso, o filme se apoia, ou melhor, foca um pouco além da conta no passado. Ok, a ideia é retratar o preconceito e repressão em uma outra época. Contudo, ações foram realizadas nesse passado que trouxeram consequências grandes para o momento atual dos personagens, impactando a vida deles de uma maneira dolorida, profunda e triste.

Assim sendo, seria de bom tom mostrarem um pouco mais do momento presente dos personagens, evidenciando de maneira mais ampla e clara como a vida deles ficou impactada, o que eles estavam pensando, sentindo, enfim, tudo o que se passava dentro deles.

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